28 dezembro 2007

FELIZ ANO NOVO!!!

Mais um ano se finda e novamente as esperanças, desejos e planos se renovam. Cada um cuida de fazer suas orações, até mesmo simpatias, no afã de fazer de fato uma virada de ano positiva, mantendo aquilo que se agregou de bom e juntando forças para superar as amargas experiências, ao mesmo tempo que a certeza de um amanhã repleto de prosperidade nos toma a alma.

Espero apenas que eu consiga manter as minhas dignas e valorosas amizades e o respeito e admiração de todos que me querem bem. Além, é claro, de ter muita saúde para conseguir alcançar o êxito nos meus simples e importantes objetivos. E que assim ocorra com todos! Que as as pessoas além de se perguntarem o que o mundo está fazendo por elas, que se perguntem o que elas estão fazendo pelo mundo. Pode ser uma questão meio piegas, utópica, mas que vale a reflexão.

É mais ou menos, entendo eu, o que passa a letra da versão da bela "Heal The World" de Michael Jackson, feita pelo grupo Roupa Nova, cuja letra transcrevo abaixo.

PAZ, AMOR E JUSTIÇA A TODOS!!!


A Paz - Roupa Nova
(Michael Jackson - versão: Nando)


É preciso pensar um pouco nas pessoas que ainda vêm, nas crianças.
A gente tem que arrumar um jeito de deixar pra eles um lugar melhor.
Para os nossos filhos e,
Para os filhos de nossos filhos. pense bem!


Deve haver um lugar dentro do seu coração
Onde a paz brilhe mais que uma lembrança
Sem a luz que ela traz já nem se consegue mais
Encontrar o caminho da esperança


Sinta, chega o tempo de enxugar o pranto dos homens
Se fazendo irmão e estendendo a mão


Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz


Se você for capaz de soltar a sua voz
Pelo ar, como prece de criança
Deve então começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança


Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.


Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz


Quanta dor e sofrimento em volta a gente ainda tem,
Pra manter a fé e o sonho dos que ainda vêm.
A lição pro futuro vem da alma e do coração,
Pra buscar a paz, não olhar pra trás, com amor.


Se você começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança.


Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.


Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz


Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz


Inteira feliz

21 dezembro 2007





Então é Natal, e o que você fez? Pergunta difícil! O que eu fiz em relação ao natal? Muito pouco. A bem da verdade, se tivesse que responder pura e simplesmente se gosto ou não de natal, diria que não. Não sei se foi porque deixei de ser criança ou porque essa data se banalizou. Talvez até as duas coisas. Mas o fato é que se não chega a me deprimir, não me inspira. O Natal para mim só faz sentido pelo meu rei. Ele está na fase de deslumbramento, de ter contato com a magia e com o sonho de Natal. Tá na fase de ter absoluta certeza de que Papai Noel existe. E, sinceramente, todos nós éramos mais felizes quando tínhamos essa mesma certeza. Sinto-me na obrigação - na verdade é um prazer - de alimentar esse sonho dele.

Agora, nós adultos, depois que perdemos esse sonho, ficamos totalmente perdidos. Sem saber qual o verdadeiro sentido do natal. E porque eu digo isso? Ora, basta dar um pulinho em qualquer shopping. O que é isso? Fim do mundo!? Não, é simplemente a mais clara demonstração do supremacia do capitalismo selvagem. O imperialismo do Sr. Nicolau, coitado, que é o menos culpado também. E a festa cristã praticamente fica sem espaço. Culpa de todos nós na verdade. Não posso ter o descaramento de me eximir. Quando a gente se dispõe a gastar tubos em simples enfeites natalinos, presentes mil, inúmeros encontros para bebericar travestidos de confraternização de fim de ano, enfim. Será que aí já não tem alguma coisa errada? Vale pelo menos a reflexão. Eu acho.

De qualquer maneira, que todos tenham uma noite feliz, sob as bênçãos iluminadas do Menino Jesus, a verdadeira razão de tudo isso.

Noite Feliz

Noite feliz
Oh,Senhor
Deus de amor
Pobrezinho,nasceu em Belém
Eis na lapa Jesus,nosso bem
Dorme em paz
Oh,Jesus

Noite feliz
Oh,Jesus
Deus da luz
Quão afável é teu coração
Que quiseste nascer
Nosso irmão
E a nós todos salvar

Noite feliz
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores
Seus anjos no céu
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus Salvador

19 dezembro 2007

A graciosa e o camelo


E é por isso que, a exemplo do samba, seu pilar maior e mais importante, a música brasileira autêntica agoniza mas não morre. Porque em meio a inúmeros ícones pop's de talente pra la´de duvidoso, surgem jovens extremamente talentosos que, por esta condição, nos garantem qualidade aos ouvidos por logos anos. É, Deus é brasileiro mesmo! É só ouvir a doce e graciosa Roberta Sá cantando mais uma pérola de Marcelo Camelo, dos licenciados Los Hermanos.


Los Hermanos é uma banda de poucos fãs, porém muito fiés. Eu mesmo, digo sem vergonha alguma, torcia o nariz. Mas, desde que me dei o trabalho de ouvir dois CDs deles, mudei minha opnião. Os caras são bons! Além de tudo, são artistas que tem opnião e valorizam muito a música brasileira.


Aliás, Rodrigo Amarante, também do grupo, foi perfeito numa entrevista para um pseudo-repórter. Se todos tivesse a postura que ele teve, os profissionais da impressa seriam mais competentes e menos preguiçosos.





Após essa lição de moral que me fez virar fã do Rodrigo Amarante, vamos a Roberta Sá, lindinha!! Uma breve entrevista e depois ela cantando Casa Pré-Fabricada do Marcelo Camelo. Linda!





Casa Pré-Fabricada
Roberta Sá
composição de Marcelo Camelo


Abre os teus armários
Que eu estou a te esperar
Para ver deitar o sol
Sobre os teus braços castos.

Cobre a culpa vã
Até amanhã eu vou ficar
Pra fazer do seu sorriso
Um abrigo

Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim qualquer coisa assim sobre você.

Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais.

Mais vale o meu pranto
Que este canto em solidão
Nessa espera o mundo gira
Em linhas tortas.

Abre essa janela
A primavera quer entrar
Pra fazer da nossa voz
Uma só nota.

Canta que é de canto que eu vou chegar
Canta e toca um tanto que é pra me encontar
Canta para mim qualquer coisa assim sobre você.

Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais.

Tristeza nunca mais...

18 dezembro 2007

Quase sem querer

Muitas coisas eu descobri quase sem querer. Inclusive minhas paixões, amores. Na verdade, pondo-me a analisar, essas coisas são boas assim, sem querer querendo, como diria o Chaves (o simpático personagem mexicano, não o psicopata ditador venezuelano).

Pensando bem, eu sou meio sem querer. Talvez isso se dê por conta da minha natural curiosidade geminiana. Vou pagando pra ver e quando vejo, antes de pagar já vi. "Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar", como diz Paulinho da Viola.

Curioso é que eu percebi que a música de Renato Russo, Quase Sem Querer, que sempre gostei e cantorolei desde a minha adolescência, é puro eu! Minha antiga simpatia foi na verdade, pura identificação desde sempre. E sem querer, querendo!




Quase sem querer

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso.
Só que agora é diferente:
Estou tão tranquilo
E tão contente.
Quantas chances
desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada p’ra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
P’ra você juntar
E queria sempre achar
Explicação p’ro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir p’ra si mesmo
É sempre a pior mentira.
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber
Tudo.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.

Renato Russo

11 dezembro 2007

Raça, Amor e Paixão!


"...'Inda bem que eu sou Flamengo
Mesmo quando ele não vai bem
Algo me diz em rubro-negro
Que o sofrimento leva além..."

Boa Noite - Djavan

Essa imagem explica os versos de Djavan plenamente! Saudações Rubro-negras e cariocas!

06 dezembro 2007

Sentimento: ternura

O que é ternura? No dicionário de língua portuguesa ternura é qualidade do que é terno; meiguice; disposição para os sentimentos suaves; afecto brando e carinho. O poema seguinte talvez ajude a perceber melhor o significado de ternura.


Ternura
(Vinicius de Moraes)


Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar



O poema de Vinícius, além de nos fazer entender melhor o significado de ternura, ajuda a compreender melhor o porque da tristeza contida na canção de Roberto e Erasmo, de mesmo título. Porque a canção não explica a ternura, passa apenas um melancólico desgosto da ter toda ternura ofertada, infelismente, renegada.

Trago aqui esse sentimento, não que tenha a ver com meu momento atual. Mas porque o que me toca pela emoção, eu dou vazão. E foi assim quando ouvi pela primeira vez a interpretação de IsabellaTaviani da canção de Roberto e Erasmo, eternizada pela cantora Wanderléa, que lhe valeu inclusive o apelido de Ternurinha.


Que me desculpe a Wanderléa, mas seu reinado acabou. A interpretação de Isabella Taviane é simplesmente linda e emocionante. Como é talentosa essa revelação da música popular brasileira! Tem muita gente boa surgindo por aí. Mas cantores que se entregam à emoção na hora de interpretar é raro. Taí uma lacuna deixada pela nossa maior cantora Elis Regina, que era tecnicamente perfeita, mas sobressaia mesmo pela emoção que empregava em cada interpretação. Claro, Isabella tá longe de ser uma Elis, mas já merece os aplausos por demonstrar esse vertente em seu trabalho, que não aparece somente nessa música, mas tem sido marcante em seu trabalho, até mesmo em suas composições. Pois é, além de excelente cantora, tem se mostrado ótima compositora. Gosto dela cada vez mais.




Ternura
Roberto Carlos / Erasmo Carlos


Uma vez você falou,
Que era meu o seu amor
Que ninguém ia separar
Você de mim.
Agora você vem dizendo adeus
O que foi que eu fiz
Pra que você me trate assim?


Todo amor que eu guardei
A você eu entreguei
E eu não mereço tanta dor,
Tanto sofrer.
Agora você vem dizendo adeus
O que foi que eu fiz
Pra que você me trate assim?


Toda ternura que eu lhe dei
Ninguém no mundo vai lhe ofertar
E seus cabelos só eu sei como afagar.
O meu pobre coração
Já não quer mais ilusão,
Já não suporta mais sofrer ingratidão.
Agora você vem dizendo, dizendo adeus.
O que foi que eu fiz
Pra que você me trate assim?


Agora você vem dizendo, me dizendo adeus.
O que foi que eu fiz
Pra que você me trate assim?
Toda ternura...

Sentimentos em poesia!

Com vocês, um pouquinho do espirituoso Mário Quitanda!


"A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe."


"A amizade é um amor que nunca morre."


"A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!"


"A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda."


"Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o alguém da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!"


BILHETE

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...


DA FELICIDADE

Quantas vezes a gente,em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão,por toda parte,os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!


DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Saudade animada!

Quando eu lembro com saudade da minha infância, lembro, dentre outras coisas, dos desenhos animados que me faziam ficar horas em frente a televisão. Claro, eu não sou o único e ter esse sentimento. Quando eu era criança, observava alguns adultos e me perguntava: como podem não ligar pra desenho? Será que quando eu ficar adulto, vou achar chato ver desenho animado?

Os anos se passaram, tornei-me adulto, mas, creio eu, mantive aquela criança dentro de mim, porque definitivamente adoro desenho animado até hoje. E alguns deles, de tão mavarilhosos, desafiam o tempo e conquistam gerações e gerações após a minha. Digo isso porque o meu rei simplesmente adora ver Popeye e Pica-pau. Os olhinhos dele brilham intensamente. Não escuta e não vê ninguém na sua frente quando se posta no sofá, em frente a televisão, curtindo esses personagens que ele tá descobrindo agora, e que marcaram a minha infância também. O bom disso tudo é poder rever episódios que adorava ao lado do meu filhão.


Então, pra matar um pouco a saudade, alguns episódios do Pica-pau que mais gostava. Maravilha! Pena que não achei um episódio que talvez seja o que mais eu gostava. Era um que o Pica-pau sofria em sua casa com frio e fome durante um tenebroso inverno. Foi aí que ele achou um algum de família que tinha a foto de um tio muito rico que morava numa enorme e quente mansão. Ele voou para lá e aprontou muitas com o tio e o mordomo. Lembro até uma cena dele tomando uma xícara de chá com o tio, que entra em desespero ao ver que o Pica-pau está esbanjando o seu açucar. Dizia o Tio: "Não esbanje o meu açucar!!! É um mergulho, um mergulho!". E batia com a bengala na cabeça do Pica-pau. Hilário!!!





30 novembro 2007

DIA NACIONAL DO SAMBA



Domingo, dia 02 de dezembro, é o Dia Nacional do Samba!! Lembrando o saudoso compositor Zé Keti: "salve o samba, queremos samba". E eu vou embarcar no trem do samba! Com certeza!!! Pra entrar no clima uma pequena coletânia de sambas que, de alguma maneira, auto-exaltam esse gênero musical genuinamente brasileiro:

CLUBE DO SAMBA
João Nogueira

Melhor é viver cantando
As coisas do coração
É por isso que eu vivo no clube do samba
Nessa gente bamba
Eu me amarro de montão
Tem gente de Madureira
De Vila Isabel
E do Méier também
O pessoal da Mangueira
Leblon, Ipanema
E da Vila Vintém
Uma morena bacana
De Copacabana
Me disse: João,
Eu passo toda semana
Com o Clube do Samba
No meu coração
A D. Ivone Lara
Me disse que a Clara
Está muito bem
E que o novo trabalho
Da Beth Carvalho
Não dá prá ninguém
Vejam vocês, Alcione
E Roberto Ribeiro
Enfrentaram uma fila
Foram comprar o ingresso
Prá assistir ao show
Do Martinho da Vila
Olha a Tia Clementina
Parece menina
Sempre a debutar
Vive cantando pagode
E saracoteando prá lá e prá cá
Chico Buarque de Hollanda
Tá tirando onda
Não quer trabalhar
Vive batendo uma bola
E tocando viola
De papo pro ar
Mas sabe viver !



"Eu canto samba
Por que só assim eu me sinto contente
Eu vou ao samba
Porque longe dele eu não posso viver
Com ele eu tenho de fato uma velha intimidade
Se fico sozinho ele vem me socorrer
Há muito tempo eu escuto esse papo furado
Dizendo que o samba acabou
Só se foi quando o dia clareou"
Eu canto Samba - Paulinho da Viola

"Tá legal
Tá legal, eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim"
Argumento - Paulinho da Viola


"E o samba se faz, prisioneiro pacato dos nossos tantãs
E um banjo liberta da garganta do povo as suas emoções
Alimentando muito mais a cabeça de um compositor
Eterno reduto de paz, nascente das várias feições do amor
Arte popular do nosso chão...
é o povo que produz o show e assina a direção
Arte popular do nosso chão...
é o povo que produz o show e assina a direção"
Coisa de Pele - Jorge Aragão e Acyr Marques


Samba, a gente não perde o prazer de cantar
E fazem de tudo pra silenciar
A batucada dos nossos tantãs
No seu ecoar, o samba se refez
Seu canto se faz reluzir
Podemos sorrir outra vez
Samba, eterno delírio do compositor
Que nasce da alma, sem pele, sem cor
Com simplicidade, não sendo vulgar
Fazendo da nossa alegria, seu habitat natural
O samba floresce do fundo do nosso quintal
Este samba é pra você
Que vive a falar, a criticar
Querendo esnobar, querendo acabar
Com a nossa cultura popular
É bonito de se ver
O samba correr, pro lado de lá
Fronteira não há, pra nos impedir
Você não samba mas tem que aplaudir
A Batucada dos Nossos Tantãs - Sereno, Adilson Gavião, Robson Guimarães
(Fundo de Quintal)

'O samba ainda vai nascer,
O samba ainda não chegou
O samba não vai morrer,
veja o dia ainda não raiou
O samba é o pai do prazer,
o samba é o filho da dor
O grande poder transformador"
Desde que o samba é samba - Caetano Veloso


"Samba da minha terra deixa a gente mole
quando se canta todo mundo bole, quando se canta todo mundo bole
Quem não gosta de samba bom sujeito não é
É ruim da cabeça ou doente do pé
Eu nasci com o samba no samba me criei
e do danado do samba nunca me separei"
Samba da Minha Terra - Dorival Caymmi

"Cantem todos como eu faço
Perdoem os fracassos, a vida é tão curta
Enquanto se luta, se samba também
Noite fria, enluarada, fim de madrugada
Feliz, vou cantando, cantando a alegria
Que o samba contém"

Viver - Teresa Cristina


"Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã"
Chico Buarque


"Eu sou o samba
A voz do morro sou eu mesmo sim senhor
Quero mostrar ao mundo que tenho valor
Eu sou o rei do terreiro
Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem levo a alegria
Para milhões de corações brasileiros
Salve o samba, queremos samba
Quem está pedindo é a voz do povo de um país
Salve o samba, queremos samba
Essa melodia de um Brasil feliz"
A Voz do Morro - Zé Keti

"Lá, em Vila Isabel,
Quem é bacharel
Não tem medo de bamba.
São Paulo dá café,
Minas dá leite,
E a Vila Isabel dá samba."
Feitiço da Vila - Noel Rosa

"Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais"
Vai Passar - Chico Buarque


"Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você me assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade por favor não de na vista
Bate palma com vontade, faz de conta que é turista

Hoje o samba saiu, lá lalaiá, procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer"
Quem te viu, quem te vê - Chico Buarque

"Não, ninguem faz samba só porque prefere
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação
Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspiração
Não, ela é uma luz que chega de repente
Com a rapidez de uma estrela cadente
Que acende a mente e o coração
É faz pensar que existe uma força maior que nos guia
Que está no ar
Bem no meio da noite ou no claro do dia
Chega a nos angustiar
E o poeta se deixa levar por essa magia
E o verso vem vindo e vem vindo uma melodia
E o povo começa a cantar, lá laia laiá
Lá lá laía laiá"
Poder da criação - João Nogueira

29 novembro 2007

Pirlimpimpim!!!!





Eis uma mostra que nos ajuda a compreender um pouco aquela mania que os pais mais antigos tinham de achar que o melhor para os filhos é aquilo que eles aprenderam, fizeram e viveram. Aquilo que a eles foi oferecido. A forma com que eles foram educados. Isso, naturalmente, vem ocorrendo de geração em geração, porém, perdendo força para uma pseudo-liberdade. Hoje, o que mais se valoriza é a dita criação moderna, de diálogo franco e direto com os filhos. Onde se prima pela confiança nos filhos. Escuto muito por aí: "Ah, eu confio no meu filho (a), porque converso sobre tudo. Ele sabe muito bem o que é certo e o que é errado. Agora, é com ele. Se fizer besteira na vida, não foi por falta de aviso". Será?


Será que hoje, nós, adultos formados, sabemos tudo que é certo e errado. Sabemos fazer a escolha certa diante de cada situação que surge, cada atalho supostamente mais vantajoso, cada atitude teoricamente mais justa? Eu, humildemente, digo que não. Eu tento, mas várias vezes, peço socorro a alguém mais vivido, mais experiente. Ou mesmo, aconselho-me com alguém de confiança que possa, a partir de uma outra visão, ajudar-me.


Por isso que não aceito, em hipótese alguma, que os pais coloquem sobre os filhos a responsabilidade de não errar, simplesmente pelo fato de acharem que seu papel hoje em dia não é mais de orientar e FISCALIZAR os passos dos filhos. É apenas e tão somente se dignar a dizer: sexo é assim, drogas é assado, é violência é isso que se vê na televisão. Pronto. Filho ciente, já é mais do que suficiente. Ora, pra mim não. Criar filho dá trabalho, e até o fim dos nossos dias. Filho criado, trabalho dobrado, diz o antigo dito popular. Eu concordo. Comigo é na franqueza e no diálogo sim, mas até o limite que achar conveniente. Como digo pro meu REI: é na disciplina!! E o "não" determinadas vezes é muito, mas muito mais benéfico do que o complacente "sim".


Mas o que tem a ver o Sítio do Pica-pau Amarelo com isso? Explico. É que hoje eu sou pai, mas vendo esse vídeo, inevitavelmente me torno criança de novo. Sou arrebatado pela saudade e ao mesmo tempo pela certeza de que eu era feliz e não sabia. De quebra, na qualidade de pai, após me emocionar com essa linda lembrança, não há nada que me convença de que - por exemplo - o mundo encantado de Monteiro Lobato, que vislumbrei por meio da linguagem televisiva, é anos-luz mais saudável que qualquer politicamente correto programa da tal Discovery Kids, por exemplo. É fato. Sou pai, mais velho, e acho sim que muito do que eu tive acesso, do que vive, aprendi e, sobretudo, do que a mim limitaram, é igualmente cabível na educação do meu filho, dos meus netos, bisnetos...Bem, sei lá, ponho-me em dúvida: seria eu um retrógado?


Para amenizar, a letra da música-tema desse maravilhoso programa, composto pelo nosso ministro da cultura. E como tudo, ou quase tudo pra mim, termina em samba. Vale a pena relembrar o belíssimo samba da Mangueira de 1967, que homenagea Monteiro Lobato. Na minha humilde opnião um dos 10 mais belos sambas de enredo da história do carnaval. Pena não poder trazer o áudio a esse espaço - ainda não aprendi a fazê-lo.
Salve o mundo encantado de Monteiro Lobato!

Sítio do Pica-Pau Amarelo
Gilberto Gil


Marmelada de banana, bananada de goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo

Boneca de pano é gente, sabugo de milho é gente
O sol nascente é tão belo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo

Rios de prata, pirata
Vôo sideral na mata, universo paralelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo

No país da fantasia, num estado de euforia
Cidade polichinelo
Sítio do Pica-Pau amarelo


O mundo encantado de Monteiro Lobato
Darci da Mangueira, Luiz e Batista

Quando uma luz divinal
Iluminava a imaginação
De um escritor genial
Tudo era maravilha
Tudo era sedução
Quanta alegria
E fascinação

Relembro....
Aquele mundo encantado
Fascinado de dourado
Oh! Doce ilusão
Sublime relicário de criança
Que ainda guardo como herança
No meu coração

Glória a este grande sonhador
Que o mundo inteiro deslumbrou
Com suas obras imortais
Vejam quanta riqueza exuberante
Na escritura emocionante

Com seus contos triunfais
Os seus personagens fascinantes
Nas histórias tão vibrantes
Da literatura infantil
Enriquecem o cenário do Brasil

E assim....
E assim
Neste cenário de real valor
Eis... o mundo encantado
Que Monteiro Lobato criou

27 novembro 2007

Quem anda muito na linha...

O trem pega! Olha, eu me considero um sujeito comedido, sensato e equilibrado. Mas sempre mencionei esse dito popular que diz: quem anda muito na linha, o trem pega. Acho mesmo que aquela obsessão em fazer tudo estritamente como manda o figurino não faz muito bem a alma não. Opnião minha! O segrego é euquilibrar esse ditado com outro também interessante: é fazendo merda que se aduba a vida!


O vídeo abaixo me deu mais certeza de que, além de não fazer tão bem assim para a alma andar muito na linha, o mesmo pode se dizer para a saúde. Ai dessas pessoas se não saíssem da linha rapidinho!



26 novembro 2007

LENDAS ANIMADAS



Estava navegando pela net a procura de Popeye, Olivia Palito e Brutos quando encontrei uma matéria curiosa, que achei interessante postar aqui. Bem, antes porém cabe uma ressalva. Não, eu não fumei nada. Apenas estou procurando essa turma porque meu rei, sempre ele, resolveu pedir ao Papai Noel, de presente de natal, os bonecos do Popeye, Olívia e Brutos. Tão simples não é? Vai achar! Esse cara tá me saíndo muito diferente, gostos exóticos, meio do contra. Faz-me lembrar até alguém que conheço.

Enfim, estou tentando, mas acho difícil encontrar. Se alguém ver um boneco desse marinheiro comedor de espinafre me avise por favor! Serei eternamente grato! Fará, de uma vez só, um pai e um criança feliz!

Mas, voltando a matéria, aportei num site dedicado à histórias em quadrinhos e afins. E a matéria que li tratava de lendas e teorias que envolvem alguns personagens famosos do mundo imaginário da animação. Certamente todo mundo já recebeu um e-mail dizendo difamando e caluniando nossos ídolos de infância. Como assim o Batman é gay e o Salsicha é maconheiro? Quanta imaginação! Bem, confesso que depois de ter notícia dessa difamação a respeito do Batman e Robin, nunca mais os olhei da mesma forma. E cá entre nós, o Batman daquele seriado antigo (foto acima) é estranho. Mas Salsicha maconheiro não! Aí já é demais! De qualquer forma, vou transcrever parte da matéria. Cada um que tire suas conclusões! Achei, inclusive, engraçado, algumas teorias.

Smurfs, Gargamel, LSD e Cogumelos

A lenda - os paranóicos de plantão garantem que o desenho dos Smurfs é sobre drogas. Gargamel seria um viciado em LSD e chá de cogumelo (os Smurfs moram em cogumelos) que, em seus delírios, vê homenzinhos azuis com roupas brancas (e, dizem os boateiros via e-mail, "com tendências claramente homossexuais").

O maior exemplo de seu delírio é que ele mesmo "conseguiu criar um Smurf" (a Smurfete), mas, em vez de criar outros e usá-los para seus fins, prefere mandar a criatura embora para descobrir onde estão aqueles que nunca consegue capturar... aliás, continua o e-mail, "pra que ele queria pegar os smurfs?". Por fim, Gargamel é ainda sádico, pois adora abusar fisicamente e psicologicamente de seu gato, Cruel.

A verdade - os Smurfs foram criados por Pierre Culliford (1928-1992), o "Peyo", em 1958, na Bélgica, e apareceram pela primeira vez como personagens secundários em uma das histórias de "Johan's and Peewit's adventures". Trata-se de uma espécie de duende azul, que vive em harmonia com a natureza. O desenho é em cima desta fábula e, vale lembrar, não era só Gargamel que via os bichinhos, portanto esqueça a história do LSD. Além do mais, se Gargamel fosse viciado em chá de cogumelos ele estaria atrás das casas dos Smurfs e não deles, certo?

Quanto ao fato de ele ter criado Smurfete e a soltado, em vez de iniciar sua própria linha de produção de Smurfs, a resposta estava no próprio desenho. Gargamel quer os Smurfs para usar em uma fórmula mágica poderosa, só que Smurfete é uma Smurf artificial, criada por alquimia, por isso não funcionaria na fórmula. Assim, ele a usa como isca para pegar Smurfs naturais. Outro ponto: claras tendências homossexuais? Talvez esta afirmação tenha sido feita porque antes do aparecimento de Smurfete, já que na aldeia só havia Smurfs do sexo masculino ou porque há um Smurf que adora se olhar no espelho e se produzir (Harmonia) e porque na dublagem brasileira o Gênio era bem afetado. No entanto, vale lembrar que todos tentaram conquistar a Smurfete quando ela chegou na aldeia... E, ainda assim, se os Smurfs fossem gays, qual seria o problema? Que povo mais preconceituoso, sô!

Agora, que o Gargamel adora torturar o Cruel isso lá é verdade... e é também uma coisa muito comum em desenhos animados. Vários desenhos têm um personagem que bate no outro. Ou não?

Salsicha, o maconheiro

A lenda - segundo os boateiros, Salsicha é o típico maconheiro. "É só ver as roupas dele, o cabelo, o cavanhaque, o fato de ele conversar com cachorros". Depois que fuma, Salsicha tem alucinações com fantasmas, mania de perseguição, paranóia. Além disso, sofre de fome crônica e "tá sempre batendo uma larica". Isso sem falar naquele furgão psicodélico em que eles se trancavam pra fumar um.

A verdade - essa é muito engraçada! Primeiro, alguém pode explicar por que camiseta e calça boca de sino seria uniforme de usuário de maconha? Para não mencionar que os quatro integrantes humanos do desenho - Fred, Daphne, Welma e Salsicha - se vestiam (e cortavam o cabelo) de acordo com a moda para jovens da época em que o desenho foi criado.

Quanto a falar com cachorros - e é um desenho, pelo amor de Deus! - todos falam com ele nas aventuras de Scooby Doo. E todos viam os fantasmas que, no fim, nunca eram fantasmas.

Olívia bulímica e Popeye, um viciado a serviço da Marinha

A lenda - ninguém escapa da teoria da conspiração: "Olívia claramente usa moderadores de apetite e anfetaminas. Ninguém é tão magro e desesperado assim. Ela deve até ser anorexica-bulímica. Por sinal, o quê o Popeye e o Brutus viram nela? Eles quase entraram na lista por tentarem alguma coisa com 'aquilo'..." Popeye, segundo teoria publicada inclusive em um site brasileiro que diz analisar a influência dos desenhos e filmes sobre as pessoas, foi criado para convencer os americanos a se alistarem na marinha, já que naquele país o serviço militar não é obrigatório. E é claramente viciado em espinafre, pois tem sindromes de abstinência nas quais fica fraco e que só são resolvidas depois de uma lata da planta. Aliás, seria mesmo espinafre?

A verdade - Olívia é desesperada assim como todo personagem de desenho ou de quadrinho tem uma característica marcante, caricatural - se inclui aí sua magreza exagerada. Na tira original que deu origem a Popeye, Timble Theather, havia uma série de personagens tão magros quanto ela, baixinhos, gordões... Aliás, se é para questionar o que Popeye viu em Olívia, por que não lembrar que o próprio marinheiro é um "sex simbol"? Careca, caolho, baixinho, boca torta, fumando um cachimbo mal-cheiroso.

Quanto ao suposto incentivo a entrar para as forças militares, ora, Popeye é marinheiro e não da Marinha Americana. E, diga-se de passagem, já foi até pirata em algumas HQs. Ridículo! No entanto, Popeye foi usado sim pelo "sistema": para vender espinafre! A idéia de mostrá-lo ficando forte ao comer espinafre tinha como propósito revigorar as vendas desta hortaliça nos EUA. Saiba sobre esta história (essa sim, verdadeira) lendo mais sobre a origem do personagem acessando ao link http://hq.cosmo.com.br/TEXTOS/quadrindex/qpopeye.shtm.

Batgays

A lenda - essa é uma das mais clássicas lendas sobre quadrinhos/desenho animado. Batman e Robin são gays. Claro, afinal Batman nunca teve uma namorada, se veste de couro colante e sai por aí batendo nos bandidos (descarregando energia sexual e negando sua própria atração por homens...) Para não mencionar que Robin se veste todo colorido (com cueca para fora, ambos) e depois das aventuras os dois vão descansar numa suntuosa mansão, cheia de vasos, quadros e flores.

A verdade - a origem desta história não está em uma lenda, mas em um livro. Em 1954, Frederick Wertham publicou nos EUA "A Sedução dos Inocentes", no qual afirmava que os quadrinhos incentivavam crimes e degeneração. Entre outras coisas, o suposto psicólogo afirmava que a dupla dinâmica era gay, que a mulher maravilha era lésbica e até que as orelhas do coelho Pernalonga eram dois pênis e sua cabeça uma sacola escrotal (o indivíduo teve a moral de assistir desenhos em slow motion para contar quantas vezes as orelhas do coelho se levantavam, o que para ele eram ereções). Por causa do livro foi criado o código de censura dos quadrinhos e milhares de gibis foram queimados em praça pública (leia mais sobre esta história nas teses&HqIPÓTESES da "Educação está no gibi"). O autor do livro se desculpou, anos mais tarde, e admitiu ter "exagerado".

Só para constar, Batman - bem como os três garotos que vestiram a roupa de Robin, que é colorida porque era na verdade o uniforme dos trapezistas Graysons voadores, pais do primeiro Robin (Dick Grayson) - teve diversas namoradas nas HQs, entre as quais a vilã Mulher Gato e Talia, filha de um de seus grandes inimigos.

Caverna do Dragão: Mortos no Purgatório

A lenda - esta também é clássica: como o desenho acabou de uma hora para outra (por falta de dinheiro) e o último episódio nunca foi ao ar, inventaram que no último desenho se descobria que os garotos da Caverna do Dragão estavam mortos e o mundo no qual estavam era o purgatório (ou uma parte do Inferno). Os meninos teriam morrido em um acidente no brinquedo do parque de diversões que no desenho os levou aquele mundo e o Mestre dos Magos seria na verdade o diabo, tentando conseguir as almas dos garotos. Uni seria um demônio - já que a pequena unicórnio várias vezes impedia os garotos de irem embora, pois eles não queriam deixá-la à mercê dos perigos daquele mundo. O dragão Tiamate seria Deus, pois o dragão tinha sete cabeças (Deus criou o mundo em sete dias) e estaria na verdade tentando salvar as almas dos garotos. Por fim, o Vingador seria a alma de outro morto que, em busca de redenção, tentava combater o diabo e tirar as armas profanas dos garotos, não podendo revelar quem era porque o diabo impedia.

A verdade - haja imaginação!!! Pior que esta história foi tão espalhada que até mesmo os autores do desenho tiveram de desmentí-la. Os garotos não etão mortos, o Mestre dos Magos é... o Mestre dos Magos. Vingador era o filho do Mestre dos Magos, que havia sido amaldiçoado e Tiamate (que na verdade é uma dragão fêmea!!!) é uma deusa dragão da mitologia celta/inglesa, muito citada em games de RPG (que inspiraram o desenho). Se você ainda tem dúvidas, por favor leia o argumento do último desenho (aquele que nunca foi ao ar) e saiba mais sobre a origem do desenho nesse link http://hq.cosmo.com.br/TEXTOS/mundoanimado/d0004_cavernafim.htm.







22 novembro 2007

Palestra Maneira!

Simplesmente sensacional!! Confesso que eu sigo muito dos conselhos dele nesse tipo de palestra!

16 novembro 2007

Saudade atrapalhada

Mais uma vez me atrapalhei e a saudade da semana não se faz no dia eleite, quinta-feira. Mas, ainda assim, aqui está ela, especialíssima.

Hoje em dia o que mais escuto é que o Didi (Renato Aragão) é sem graça. Ele pode estar sem-graça hoje, hei de reconhecer. Mas nos tempos dos "Trapalhões" não. Discordo totalmente. Porque dei muitas, mas muitas risadas com as trapalhadas do Didi. Existe inclusive uma saudável discurssão entre aqueles que até hoje são fãs saudosos, a fim de eleger quem era o melhor: Didi, Mussum ou Zacarias. Hoje, adulto, reconheço melhor os talentos de Mussum e Zacarias. De fato, geniais. Há um vídeo de 8 segundos do Zacarias no youtube que é mais que o bastante para comprovar a sua genialidade. Porém, meu ídolo infantl era o Didi. Sempre foi! Trata-se, ao meu ver, de uma questão de gosto pessoal, porque os três tem estilos completamente diferentes e por isso mesmo, compatíveis. Eles, os trapalhões, completavam-se. E deixou uma lacuna na televisão brasileira difícil de ser preenchida. Quanta Saudade!!!


Segue abaixo um quadro sensacional do "bom" Didi e do fabuloso Zacarias. Um deleite! Aproveitei também para postar o tal vídeo do Zaca que fiz menção acima, no qual ele ratifica seu talento em meros 8 seguntos.



14 novembro 2007

Eu sou da Vila e não tem jeito...





Feitiço da Vila
Noel Rosa / Vadico


Quem nasce lá na Vila
Nem sequer vacila
Ao abraçar o samba
Que faz dançar os galhos,
Do arvoredo e faz a lua,
Nascer mais cedo.

Lá, em Vila Isabel,
Quem é bacharel
Não tem medo de bamba.
São Paulo dá café,
Minas dá leite,
E a Vila Isabel dá samba..

A vila tem um feitiço sem farofa
Sem vela e sem vintém
Que nos faz bem
Tendo nome de princesa
Transformou o samba
Num feitiço descente
Que prende a gente.

O sol da Vila é triste
Samba não assiste
Porque a gente implora:
"Sol, pelo amor de Deus,
não vem agora
que as morenas
vão logo embora.

Eu sei tudo o que faço
sei por onde passo
paixao nao me aniquila
Mas, tenho que dizer,
modéstia à parte,
meus senhores,
Eu sou da Vila!

Sou da Vila já há quase 25 anos. Anos esses muito bem vividos nesse bairro simpático, acolhedor, boêmio e, por que não falar, amoroso. Onde as pessoas se conhecem, mesmo que de vista, pois pelo menos algumas vezes já se cruzaram nas calçadas musicais do Boulevard 28 de setembro. Vila, de Noel, de Martinho, dos inúmeros barzinhos. Vila que não quer abafar ninguém, só quer mostrar que faz samba também. E que samba!

Falando nisso, chegou às telas dos cinemas o filme "Noel, o poeta da Vila". Já tentei ver no último fim de semana, mas não consegui chegar a sessão a tempo. Aliás, queria registrar meu protesto! Como pode, o bairro de Noel, que tem cinema, não se dignar a passar a película? As salas que estão disponibilizando o filme são poucas, o que é lamentável. Noel perder espaço para essa enxurrada de produções americanas que, vamos combinar, nem sempre são tão qualificadas assim. Mas, enfim.

Não sei se o filme é uma produção à altura do artista. Parece-me que sim. Mas, de qualquer forma, vale a pena, e muito, conferir. A história dele é triste, porém bonita. Espero assistir nesse fim de semana, sem falta.

08 novembro 2007

A pimentinha

É de senso comum que podemos ter saudade daquilo que não vivemos, seja no passado, ou mesmo no futuro. Eu posso dizer que sim. Já experimentei as duas situações. Saudades daquilo que vive, presenciei, passei e saudades daquilo que muito queria viver, presenciar. Esta, por sinal, mais incomum. Como podemos sentir saudades daquilo que sequer aconteceu!? Acho eu que é possível, ressalvada, claro, a licença poética da coisa. E dei conta disso justamente ao ler um poema, que se faz entender:

Daquilo que não vivi
Nunca me esquecerei
do que não houve entre nós.
Da tua ausência
enchendo de espera
tomando de desespero
os restos do nada.
Jamais apagarei da memória
o que não aconteceu,
o que eu tanto queria,
o que desejei com força
e o destino cuidou de evitar.
A lembrança ainda é úmida,
a saudade beija a razão.
É recente a brasa,
ardente e perene,
dos sonhos em vão
de todo um momento
que não passou.
Bem, disse isso, porque a saudade que trago hoje aqui é digna de sentirmos tanto em relação ao passado quanto ao presente, mesmo que ambos não vividos. Saudade de uma estrela brasileira que foi e sempre será fascinante. A inigualável Elis Regina. Infelismente eu era apenas um menino quando ela se foi. Sabia quem era Elis, mas não o que era a Elis. Isso eu descobri bem mais tarde fuçando os LP's lá de casa, e assistindo alguns vídeos na televisão. Realmente fascinante. Que intérprete maravilhosa! Que mulher de fibra! A saudade que eu não vive no passado é óbvia! Agora eu pergunto: imagina o quanto ela iria nos fascinar se ainda tivesse entre nós? Só de imaginar, dá uma tremenda saudade!

A obra da Elis é vastíssima. Na internet existem ínúmeros vídeos, o que prova a sua imortalidade. Portanto, ficou muito difícil escolher apenas um. Mas resolvi postar um, ao meu ver, especial e emocionante. Elis cantando Atrás da Porta, de Chico Buaque. Chico, nesta triste canção, nos brinda com aquilo que ele faz como ninguém, traduzir em letra e canção o mais íntimo sentimento feminino. Sabe aquela cena clichê de novela e filmes, que retrata o fim de um relacionamento, onde o homem abre a porta e se vai, no intuito de nunca mais voltar, e a mulher, faz-se de durona até a porta bater, para depois jogar suas costas à porta em prantos? Então, o que sente a mulher naquele momento de abandono? É o que reflete a música, perfeita nesse propósito. E quando temos Elis Regina interpretando com todo sentimento que lhe caiba, aí é de aplaudir de pé 30 minutos sem parar! Vale conferir!





Atrás da Porta

Chico Buarque e Francis Hime

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
Nos teus pelos, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua

07 novembro 2007

Eu sou o samba!


A notícia é antiga mas o registro é super pertinente aqui, uma vez que sou um incondicional e emocional amante do samba. Ás vezes, algumas pessoas investidos na posição de autoridade competente têm momentos de lucidez e senso de justiça. Esse reconhecimento foi um exemplo disso. Que bom né? Nem tudo tá perdido! Segue a notícia colhida à época do site http://www.cultura.gov.br/.

Samba do Rio é Patrimônio Cultural do Brasil

O mais recente Patrimônio Cultural do Brasil está no pé do sambista, na mão do pandeirista, no som do cavaco, em cima dos morros, na Marquês de Sapucaí. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou oficialmente nesta terça-feira as matrizes do samba do Rio de Janeiro - samba de terreiro, partido-alto e samba-enredo - no Livro de Registro das Formas de Expressão.

O pedido de registro foi feito pelo Centro Cultural Cartola, com apoio da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Nilcemar Nogueira, presidente do Centro e neta do compositor Agenor Ferreira, o Cartola, fez o pedido, pois temia o enfraquecimento das matrizes do samba do Rio. "Meu avô foi um dos pioneiros da popularização dessa forma de samba, no final da década de 20. Quero proteger seu legado cultural", alega.

A pesquisa que levou ao registro, feita pelo Centro Cultural Cartola com orientação do Iphan, reúne um conjunto de referências históricas: monografias, teses, livros, vídeos, reportagens, discografia da época e o testemunho de sambistas da velha guarda, como Monarco, Xangô da Mangueira, Nelson Sargento. Desde as reuniões em casa de Tia Ciata, no início do século 20, a pesquisa identifica o samba nos blocos, nos morros, nas ruas e quintais. O estudo mapeou as seis escolas de samba mais antigas do Rio: Mangueira, Portela, Salgueiro, Vila Isabel, Império Serrano, Estácio de Sá.

A partir do material pesquisado, o Iphan produziu um vídeo-documentário e um dossiê de pesquisa. Ambos estão disponíveis no site www.iphan.gov.br.

Matrizes do samba

O samba de terreiro faz referência aos espaços de encontro e celebração dos sambistas, que ali dançam um samba livre com as marcas de sua ancestralidade. Nos terreiros, pátios das escolas de samba, cantam as experiências da vida, o amor, as lutas, as festas, a natureza e a exaltação das escolas e da própria música.

Já o partido-alto é marcado pelos versos de improviso. Nasceu das rodas de batucada, onde o grupo marca o compasso, batendo com a palma da mão e repetindo o refrão e inventando estrofes segundo um tema proposto. É o refrão que serve de estímulo para que um participante vá ao centro da roda sambar e com um gesto ou ginga de corpo convide outro componente da roda.

Com a criação das primeiras escolas de samba, no final da década de 1920, o samba se adaptou às necessidades do desfile. Criou-se uma nova estética e uma nova modalidade: o samba-enredo. O compositor elabora seus versos com base no tema (enredo) a ser apresentado pela escola, descrevendo uma história, de maneira melódica e poética. De sua animação e cadência depende todo o conjunto da agremiação, tanto em termos de evolução como de envolvimento harmônico.

O Samba do Rio de Janeiro contribui para a integração social das camadas mais pobres. Tornou-se um meio de expressão dos anseios pessoais e sociais, um elemento fundamental da identidade nacional e uma ferramenta de coesão, ajudando a derrubar barreiras e eliminar preconceitos. Incentivar a prática do Samba é também uma maneira de minimizar as diferenças sociais.

"Eu sou o Rei da Boemia
Carioca, sou da Lapa, Patrimônio cultural
E me banhei de alegria, tiro onda, dou meu jeito
Minha Vida é um carnaval"

Acadêmicos do Salgueiro - Carnaval 2008

26 outubro 2007

Canta Teresa!


Estou de férias no trabalho e, por incrível que pareça, pus-me de férias aqui no blog também. Porém compulsoriamente, é bom que se diga! Não era minha intenção ficar tanto tempo ausente. Mas nas férias surgem tantas coisas para se fazer na rua que acaba restando pouco tempo para sentar à frente do computador e escrever. Como no trabalho fico praticamente 8 horas diante da máquina. Chato isso, porque tenho tido inspirações diárias que acabam se perdendo em meio ao corre-corre.


Mas como tenho ouvido bastante rádio ultimamente ao rodar de carro por aí a fora, não resisti e dei um jeitinho para postar um sentimento aqui. Acho que posso classificá-lo de orgulho. Parece-me mais adequado, vou dizer por quê. Teria outros apropriados também como prazer, emoção, paz, enfim... Mas digo orgulho, por, humildemente, considerar-me sambista. Não sou um sambista nato, participante efetivo, ou que vive do samba (bem que eu queria!). Mas amo o samba e o freqüento e prestigio sempre seja lá onde for. E numa dessas noites de samba fui ver e ouvir ao vivo uma das novas damas do samba, talvez a principal responsável pelo ressurgimento da Lapa e adjacências como centro cultura e musica e, sobretudo, berço do samba. Teresa Cristina, acompanhado do inseparável e competentíssimo Grupo Semente. Fui ao Centro Cultural Carioca e me deliciei ouvindo a voz doce de Teresa cantando sambas clássicos e de sua autoria também. Inesquecível!


Bem, desde então, tornei-me mais fã de Teresa, seguindo seus passos atentamente. Aplaudindo de pé sempre! E não é que me surpreendo ouvindo Teresa tocar o seu mais recente samba nas rádios MPB FM e JB FM? Nossa! Fiquei muito feliz! Mais ainda, fiquei orgulhoso! É uma cantora simples, humilde, talentosíssima, criada na noite da Lapa que ganha as rádios e o (merecido) status de artista nacional. E o melhor de tudo, é sambista! Daí o meu orgulho!


Por isso eu digo: Canta Teresa! Obrigado!


Cantar


Cantar
Desnudar-se diante da vida
Cantar é vestir-se com a voz que se tem
Achar o tom da alegria perdida
E não ter que explicar pra ninguém
A razão desta tal melodia
Encharcada de sorriso e pranto
No cantar a lembrança se cria
E envelhece de repente
Vai solta no ar
Por isso eu canto
Canto para amenizar
Grande dor que me traz
O sorriso de alguém
Se a minha escola querida
Cruzar a avenida
Eu canto também
No canto
Vou jogando a minha vida pra você
Por isso, fecho os olhos pra não ver

Teresa Cristina

19 outubro 2007

SAUDADES DO SÍNDICO

O dia da saudade aqui nesse espaço foi ontem. Mas como eu ando deverasmente relapso, peço perdão e licença para sentir saudades hoje. Afinal, saudade não tem idade, nem tempo, nem hora pra bater.


A saudade musical de hoje é de um cara grande! Cujo talento e irreverência eram de igual tamanho. Tô falando do síndico: TIM MAIA. Já repararam que todo barzinho de música ao vivo que se preze toca Tim Maia? Acho inclusive que isso chega ao limite da banalização da obra dele. A gente enjoa de ouvir. Mas com a voz dele, com aquele jeitão, aquele swing, aquele precisão musical, é bom demais! E aí, dá saudade!!




Vou tomar a liberdade de transcrever aqui um comentário perfeito de um usuário do youtube de nick iyours a respeito do grande Tim. Eu assino embaixo!



"Suas músicas eram tão simples, mas os arranjos sempre tão musicais e cheios de sentimento e cor. Hoje em dia há muito artista de palco que nunca se apresentou com uma banda de verdade. Nada contra o eletrônico, mas essa facilidade artificial deu lugar à preguiça e ao empobrecimento musical. Viva Tim Maia e todos os artistas que fazem questão em enfatizar música ao vivo."




15 outubro 2007

Cada um tem um amor

Passei todo o feriadão com meu Rei. O que pra mim foi um prazer enorme! E além de tudo, como de costume, foi mais uma oportunidade de aprender com ele alguma coisa sobre a vida.

Nesta segunda-feita ele por 3 vezes me chamou para dizer:

- Papai, cada um tem um amor.

Disse isso sem que eu o motivasse, ou desse ensejo para falar do tema. o fato é que ele passou o dia falando da amiguinha Julinha da escola. Tudo o fazia lembrá-la. Tadinho, já desmostra que desde cedo, assim como o pai, gosta de especular sobre o amor. Mas isso me orgulha, não nego.

Pus-me a pensar. De fato, cada um tem um amor. Seja amor materno, paterno, fraterno. Um amor puro, apaixonado, correspondido ou não. Amor próprio, que seja. O amor é imprescidível. E meu rei, do alto da sua inocência, já se apercebeu disso. Que bom! Sorte dele! Isso tudo me remeteu a Clarice Lispector. Mais profundamente, ele ratifica essa conclusão do meu reizinho:

O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado, o amor é tão mais inerente quanto a própria carência, e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente. O amor já está, está sempre. Falta apenas o golpe da graça - que se chama paixão.

Clarice Lispector

Acho mesmo que todos nós temos o amor guardado no coração. Ele fica ali, quietinho, guardado para alguém com o qual será agraciado. Devotaremos esse amor a quem nos despertarmos em paixão. E isso, como diz Clarice, é uma graça. Faz todo o sentido, porque é algo tão raro...

11 outubro 2007

É...Saudade!


Essa semana passou batida e eu não pude me dedicar a esse cantinho. Mas hoje, como já feito nas semanas anteriores, é dia de sentir SAUDADES. E não poderia deixar de dar vazão e esse sentimento. Trago aqui um clipe de um saudoso cantor e compositor. Deus o levou cedo para confirmar a regra de que os bons ficam pouco tempo conosco. Ainda bem que toda regra tem exceção, e entre nós ainda convivem artistas maravilhosos.

Então, vamos a SAUDADE em imagem, música e poesia. Salve Gonzaguinha!



É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...

É! É! É! É! É! É! É!...

É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...

É!

A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...

05 outubro 2007

Enfim...


O fim de semana! E para variar, mil coisas planejadas para 2 míseros dias! Não dá, definitivamente, não dá! Fazer compras para o meu rei, pelada e churrasco dos colegas do trabalho, levar meu Rei para ver o Ursinho Pooh, ir a praia se fizer sol, Fla-flu, estudar, aniversário para levar meu rei, ufa!!!! Já sei que não conseguirei realizar tudo! Já disse, preciso de mais 1 dia nesse tal fim de semana!


Para inspirar o fim de semana, Chico Buarque:


"Venha, meu amigo/ Deixe esse regaço/ Brinque com meu fogo/ Venha se queimar/ Faça como eu digo/ Faça como eu faço/ Aja duas vezes antes de pensar"



FELIZ E ÓTIMO FIM DE SEMANA A TODOS!!!

Homem romântico

De autor desconhecido...

Um homem romântico não aborda. Observa.
Um homem romântico não dá cantata. Galanteia.
Um homem romântico não briga. Discute o relacionamento.
Um homem romântico não manda recado. olha nos olhos e fala.
Um homem romântico não Beija. Transforma o ato de beijar em conquista.
Um homem romântico não é elegante. Usa o charme.
Um homem romântico não ilude uma mulher. Desculpa-se pelo acaso.
Um homem romântico não bate em mulher. Mas maltrata na cama.
Um homem romântico não sente tesão. Arde em chama de paixão.
Um homem romântico não elogia a mulher. É obrigação Endeusa-las!
Um homem romântico, sobretudo, não existe sem uma mulher
que esteja preparada para ele.


Depois dessa leitura, cheguei a seguinte conclusão: sou um homem romântico. Já desconfiava disso, até pela tamanha identificação com algumas canções, como "Românticos" do Vander Lee.




Românticos

Românticos são poucos
Românticos são loucos desvairados
Que querem ser o outro
Que pensam que o outro é o paraíso.

Românticos são lindos,
Românticos são lindos e pirados
Que choram com baladas,
Que amam sem vergonha e sem juízo

São tipos populares, que vivem pelos bares
E mesmo certos vão pedir perdão
E passam a noite em claro
Conhecem o gosto raro
De amar sem medo de outra desilusão

Romântico é uma espécie em extinção.

Românticos são poucos,
Românticos são loucos,
Como eu
Como eu
(Como nós)

03 outubro 2007

Saudade: ZICO







"Zico!!! Bem, vim aqui dizer o que quase ninguém te diz: Vc é meu ídolo!! Mas não precisa agradecer!! Eu que tenho que lhe ser grato!!! Sabe pq? Eu não tive um pai pra me espelhar! Pra ser meu ídolo, meu herói, pra eu querer imitá-lo!! Pra me apoiar qdo eu sonhei em ser jogador!! Infelismente não tive, embora ele seja vivo até hoje. Mas tive vc, vestindo a 10 do Mengão, da Seleção e me fazendo sonhar, vibrar e ser campeão!! Mesmo de longe, sem saber da minha existência vc foi importante pra caramba na minha formação! Como rubro-negro, como homem, e agora mais recentemente, como pai! Valeu! Obrigado!! Espero um dia agradecê-lo pessoalmente!!! Estou te adicionando, ok? Aceite por favor!!"



Quinta-feira, dia de saudade !

Quando eu tinha um perfil no Orkut não demorou muito para eu aderir a algumas das diversas comunidades que homenageavam o Galinho de Quintino. Até que um dia descobri que ele possuía um perfil. De início achei que não deveria sê-lo. Mas depois de ler um depoimento de uma sobrinha, dando todas as dicas de pertencer realmente a família Antunes, não tive dúvidas. Era dele, ainda que ele não o acessasse pessoalmente com regularidade. Na mesma hora resolvi fazer o depoimento que transcrevi acima.

Eu sou filho de vascaíno, mas rubro-negro desde que me entendo por gente. Por quê? Por causa dele, Zico! A medida em que eu tomava gosto em jogar bola - o que mais fiz durante minha infância - crescia meu interesse pelo futebol. Isso lá entre 1980 e 1981. Foi Inevitável! Tornei-me Zico antes de virar Flamengo. A ponto de dizer um dia, para uma tia rubro-negra fanática, que se o Zico saísse do Flamengo um dia eu não mais torceria pelo time. Ingênuo nessa época, desconhecia a força dos versos: uma vez Flamengo, sempre Flamengo! Mas, eu queria imitá-lo nas peladas. Em tudo! No jeito de chutar a bola, de correr, e até de liderar os companheiros. Era aficcionado pelo craque!

Na primeira vez que fui ao Maracanã, inesquecível, quando o vi pequenino lá no campo fiquei encantado. Meu ídolo alí tão perto e tão inacessível. Lembro que eu o olhava com a vontade de dizer: "Oi Zico, tô aqui! Dá um aceno pra mim!". Por muitos momentos do jogo, lembro, desligava da partida em sim e ficava acomanhando ele. Por sinal fui pé-quente, pois o Flamengo venceu o São Paulo por 3 a 2. Depois de estar perdendo por 2 a 0, viramos o jogo com dois gols do Zico. Sensacional!

" E agora como é que eu fico, sem Zico no maracanã. Agora como é que eu me vingo de todas as derrotas da vida se a cada gol do Flamengo eu me sentia um vencedor " (Moraes Moreira)

A minha saudade de hoje é do Zico jogando no Maracanã. De ver o Galinho envergar a camisa 10 do rubro-negro nas tardes de domingo, nos brindar com sua arte e encher de alegria e de orgulho uma nação inteira! Sempre respeitoso com os adversário. Ele fazia gol do lado oposto a torcida do Flamengo e jamais fez qualquer gesto de deboche à torcida adversária, muito comum hoje em dia. Corria o campo inteiro em direção a nós, para festejar com a gente. Como ele mesmo já disse, aquilo era seu maior prazer.

O tempo é o senhor da razão, diz o dito popular. Mas confesso meu inconformismo: por que o tempo tinha que passar para o Zico? Não podia estar jogando até hoje? Se isso fosse possível, entre tantas coisas boas, a melhor seria a possibilidade de levar meu filho pra ver o Zico jogar. Enfim, resta-me apenas a saudade! Já faz tempo que ocorreu o jogo de despedida dele. Em 1990, no Maracanã especialmente lotado (guardo carinhosamente até hoje o canhoto do ingresso). Uma quarta-feira à noite, dia de prova no colégio, a qual eu dei de ombros. Imagina! Deixar de ver o último jogo do Zico por causa de uma prova??? Nem pensar...Não me arrependi! Vivi uma noite histórica no maracanã! E confesso, foi emocionante, foi alegre, uma bonita homenagem, mas teve sim um ponta de tristeza. Foi um dia em que a saudade apertou antes mesmo que o tempo a impusesse. Nada mais natural. Afinal era o adeus do grande herói de uma nação.

É bom registrar o seguinte, a homengem é especial ao Zico, meu grande ídolo. Mas seria injusto, e até impossível, não lembrar dos grandes jogadores que liderados por ele, fizeram parte do time mais espetacular da história do clube, sendo considerado, inclusive, pela FIFA, um dos 10 melhores da história do futebol. Salve Raul, Leandro, Marinho, Mozer, Junior, Andrade, Adílio, ZICO, Tita, Nunes e Lico. A saudade, claro, se estende a todos. Quem hoje vai ao maracanã nos jogos do Flamengo, tem a oportunidade de ver a bela homenagem a eles: onze bandeiras com a imagem de cada um. Eternizados!

Esse vídeo, que para muitos fãs como eu é emocionante, retrata o que representava o Zico para um menino naquela época. Tenho certeza que minha reação diante dele não seria muito diferente. Acho eu que, se bobear, hoje também não.







Sou feliz porque vi o Zico jogar! Serei mais feliz se um dia puder dizer a ele pessoalmente: Obrigado!

Saudações Rubro-
negras!

02 outubro 2007

Ah, sim, agora entendi...

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

Muito de mim reconheci nesse texto. Também não vejo graça em entender sempre tudo muito bem...A busca do entendimento me seduz muito mais do que o entendimento em si, apesar de reconhecer a agonia que me causa o total desentendimento.

01 outubro 2007

Estrada há de fazer o sonho acontecer


Certas Canções
Tunai - Milton Nascimento

Certas canções que ouço
cabem tão dentro de mim
que perguntar carece
Como não fui eu que fiz

Certa emoção me alcança
Corta minha alma sem dor
certas canções me chegam
Como se fosse o amor

E certas canções me comovem de forma tal que nem eu mesmo consigo definir. Mas não me importo. Porque o pior mesmo é ser indiferente à música. Como tem gente que consegue? Arrisco dizer que tratam-se de pessoas(?) insensíveis. Lamento por elas.

Hoje me deu vontade de trazer aqui uma canção que descobri a pouco tempo. Sabe quando a gente escuta uma canção e, sabe-se lá por que razão, não a sentimos plenamente? Pois aconteceu isso comigo. Mas, um belo dia, descobri "Quem sabe isso quer dizer amor?". E quando isso aconteceu eu me perguntei: como nunca tinha reparado nessa música? Desde então, todo a vez que a escuto é especial. Porque me trás paz, porque me faz pensar que, apesar dos pesares, vale a pena amar...Mesmo sabendo que nem sempre a gente sabe o que quer dizer amor...

Quem sabe isso quer dizer amor?
Márcio Borges e Borges

Cheguei a tempo de te ver acordar
Eu vim correndo à frente do sol
Abri a porta e antes de entrar
Revi a vida inteira

Pensei em tudo que é possível falar
Que sirva apenas para nós dois
Sinais de bem, desejos vitais
Pequenos fragmentos de luz

Falar da cor dos temporais
Do céu azul, das flores de abril
Pensar além do bem e do mal
Lembrar de coisas que ninguém viu
O mundo lá sempre a rodar
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor?
Estrada há de fazer o sonho acontecer

Pensei no tempo e era tempo demais
Você olhou sorrindo pra mim
Me acenou com beijos de paz
Virou minha cabeça

Eu simplesmente não consigo parar
Lá fora o dia já clareou
Mas se você quiser transformar
O ribeirão em braço de mar

Você vai ter que encontrar
Aonde nasce a fonte do ser
E perceber meu coração
Bater mais forte só por você
O mundo lá sempre a rodar,
Em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor?
Estrada há de fazer o sonho acontecer

27 setembro 2007

A Flor da Saudade


Decidi uma coisa. Toda quinta-feira vou dar vazão a um sentimento: saudade, esse sentimento tão comum e recorrente em nossos corações que nos provoca outros tantos sentimentos. As vezes é difícil explicar a saudade. Chico Buarque a define bem: a saudade é o revés do parto. Raramente sentimos saudade pura e simplesmente, digamos, isoladamente. A saudade bate e, não obstante seja comum nos fazer solitário, ela quase sempre vem acompanhada. Creio até que na maioria das vezes, pelo menos pra mim, a saudade vem bem acompanhada. Trás com ela alegria, bem-estar, e um sentimento de que se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi. Aliás, fugindo totalmente do assunto, lembrei! Tem uma loja no Rio Sul Shopping chamada Q-VIZU, que tem umas camisetas temáticas muito criativas. Tenho duas! Uma delas inclusive o Luciano Hulk vestiu um dia no seu programa, inspirando-se em mim, é claro! Que falta de originalidade! E recentemente vi uma que não comprei nem sei porque, justamente com os versos do Rei que citei acima. Maneira!

Mas voltando ao que interessa, para inaugurar essa coluna semanal vou tentar traduzir em palavras a minha maior saudade. Antes porém, será preciso contar uma história.

Em junho de 1973 nascia, no Hospital Geral de Bonsucesso, zona da Leopoldina do Rio de Janeiro, um menino. Ele era o quarto filho de um casal, oriundo de Belém do Pará. Estavam no Rio de Janeiro há poucos anos. Vida difícil dessa mãe, sobretudo pela inconsequência e irresponsabilidade do pai, que estava entregue a bebida e às noitadas, deixando de lado a assistência à família. A mãe restava cuidar das crianças e batalhar uma renda extra através da atividade de costureira, valendo-se do talento que Deus lhe deu. Tamanha era a dificuldade que andavam mudando de casa em casa em razão de despejo por falta de pagamento.

Quando nasceu o menino a família morava numa pequenina vila de casas na Rua Frei Caneca, Centro do Rio. E foi justamente lá que eles tiveram a sorte divina de encontrar a generosidade, a bondade e o que podemos chamar de amor ao próximo, personificados em uma senhora com nome de flor. Era a dona da casa onde moravam e também vizinha de porta, pois residia na casa ao lado. A senhora, atenta, percebia a dificuldade daquela mãe, daquelas crianças, e principalmente do menino com meses de vida. Foi então que ela passou a ajudá-la, tomando conta do pequeno menino para que a mãe pudesse buscar trabalhos como costureira, suportando os constantes atrasos do pagamento do aluguel e por vezes dando de comer às crianças.

Certa vez, a mãe viveu uma passagem que demonstra a infinita bondade daquela flor. Era véspera de Natal e o pai, para variar, havia sumido. Ela, com três filhos - o pequeno ainda não havia nascido - resolveu procurá-lo na casa da sogra. Isso porque, não raramente, a mãe recebia os filhos para "farras" familiares, a revelia das esposas. Era como um clã. Fato é que chegando lá, já ao cair da tarde, o pai não estava. Sabe Deus onde se enfiara. Para piorar chovia torrencialmente. Desapontada, apesar da chuva, preferiu voltar para casa, muito provavelmente levada pela esperança de que seu dito marido lá estivesse a lhe esperar. Quem sabe até, com algo para a ceia de natal, afinal de contas, o espírito natalino une, congraça as pessoas. Até as redime. Tudo que essa mãe queria era uma ceia de natal digna para sua família. Era esse seu sonho de natal. Mas aportaram em casa e nem sinal do pai daquela desamparada família! A tristeza se abateu! É difícil imaginar o sentimento de uma mãe com três filhos carentes daquela magia natalina: ceia, Papai Noel, presentes. A verdade absoluta é que natal sem criança feliz, não é natal.

A senhora vizinha, atenta aquele movimento na casa do lado, não resistiu e bateu à porta para saber o que se passava. Ficou muito tocada ao se deparar com aquela situação e, quase por impulso, tratou de providenciar uma ceia para aquela família cedendo parte da sua. E não os trouxe para sua casa, como seria comum imaginar, por extrema sensibilidade e sabedoria. Ela sentiu que aquele família não carecia de uma ceia simplesmente, mas que isso, precisavam naquela noite da própria ceia em seu seio.

Essa assistência, tornou-se mais constante após o nascimento do menino, as brigas entre o casal também. Mas a senhora não tomava partido, a não ser das crianças. Até que um dia aquele pai pegou o menino no colo, foi ao encontro daquela senhora e disse:

- Tome, estou lhe dando o meu filho!

E assim, passou o menino aos braços daquela senhora, com certidão de nascimento e tudo. Serena, ela respondeu:

- Meu senhor, acalme-se, não quero o seu filho. A única coisa que posso lhe prometer é que farei por ele tudo que puder. Isso sim, eu faço. Não me custa. Porque ele não tem culpa de nada. Volte pra casa com seu filho!

Prometeu e cumpriu. Essa senhora, com nome de flor do campo, de generosidade infinda, que prometeu ajudar, cuidar e criar o menino, por quem nutriu profundo amor materno desde nascido, chamava-se Margarida. E aquele menino, a quem a senhora chamava de "meu menino", hoje é um homem que cultiva um amor transcendental, uma gratidão eterna e uma saudade incomensurável por essa flor. Esse homem sou eu.

Deus é tão magnânimo em sua sabedoria e bondade, que sabedor da falta que me causaria essa flor, no mesmo ano que a levou para embelezar seu jardim, deu-me a pureza do "meu menino" Davi. Que certamente, veio com as bênçãos dessa avó especial, que olha por nós de onde está. Não tenho dúvidas.

A minha maior saudade é ela, minha mãe de alma e coração. SAUDADES!!!

26 setembro 2007

Gostoso como um beijo de amor!


Ando atribulado por demais. Enrolado mesmo. Por isso a ausência indesejada por aqui! Mas entre a correria do trabalho e os probleminhas pessoas para resolver me chamou a atenção uma celeuma que se criou em torno da cafeteira comunitária do meu trabalho. A máquina que a empresa disponibiliza para os funcionários fornece um café de se lamentar. Deplorável e intragável. A partir daí, eu e mais alguns colegas de setor nos cotisamos para comprar uma cafeteira a fim de desfrutarmos de um cafezinho decente.

Pois bem, o projeto ganhou proporções vultosas. A cafeteria passou a funcionar regularmente e duas vezes ao dia tínhamos café fresco. Aí rola um bolinho aqui, um biscoitinho alí. Muito bom! Além, claro, de servir como fator de integração pessoal, já que pessoas de setores mais distantes passaram a integrar a turma do café.

Aí que surge a questão. Ora, não basta colaborar financeiramente, é preciso fazer. Aqui se bebe, aqui se faz. Esse era o lema. Cada vez mais gente pertencia ao grupo e menos se dispunham a fazer o café. Até que num belo dia a nossa querida e brava cafeteira foi confiscada pela área de segurança da empresa. Sempre soubemos que estávamos na clandestinidade, mas arriscávamos. Confiscaram sob a alegação de risco de incêndio. Bem, têm lá suas razões.

O fato é que ficou todo mundo na abstinência da cafeína! Mas somente por algumas semanas. Sucumbimos ao vício e voltamos a clandestinidade. E não que o problema aumentou? Ficamos com menos colaboradores efetivos! Ah, neguinho não é mole! Beber quer, mas fazer não!? Para piorar, alguns que regularmente faziam, deixaram de fazer, sob a justificativa de que se ninguém fizesse, os preguiçosos se coçariam. Será?

Foi isso que me fez pensar. Seria conveniente pra mim agir assim? Ora, eu quero muito uma coisa! Mas para eu obter essa coisa, ou eu vou lá e faço acontecer, ou espero alguém fazer alguma coisa para depois sim eu alcançar meu objetivo. Caso a pessoa não faça eu não terei jamais. Olha sinceramente, dane-se! Eu faço o meu cafezinho na boa se me der vontade! Não me privo! Cada um com sua consciência!

E por falar em café! Eu fiquei sabendo um pouco da história do café através de um samba-enredo da minha escola. É gente, carnaval é cultura! O Salgueiro, em 1992, contou na Sapucaí como o Café - O Negro que Virou Ouro nas Terras do Salgueiro - surgiu e se propagou nas terras tupiniquins. Um desfile espetacular, diga-se de passagem!A foto acima do abre-alas lindíssimo vem para corroborar. Não ganhou para variar. Ganharia no ano seguinte com um tal de Explode Coração, um samba que ninguém conhece...


O Negro Que Virou Ouro nas Terras do Salgueiro
Autor(es): Bala, Efealves, Preto Velho, Sobral e Tiãozinho do Salgueiro


História, beirando a poesia
Lenda, sonho e fantasia
Abissínia, Arábia
A natureza é tão sábia
Num quê de malícia
Trouxe essa delícia ao Pará

Dizem então (dizem então)
Que foi a terra, o sol, este luar
Que o fez se apaixonar por esse chão
E se espalhar como um mar

Da cor da raça
Cheiro de sabor (sabor)
Gostoso como um beijo do amor

O ciclo do café era a riqueza
Fausto e luxo da nobreza
E suor da escravidão
Sonso, vira rico e rotina
Filosofia de esquina
Cafezinho no balcão
Tem até quem admite
Que ele dá bom palpite
Na loteria popular
Cadê o bom café, foi viajar
Onde andará... eu sei lá


Soca no pilão
Preto velho mandingueiro
O negro que virou ouro
Lá nas terras do Salgueiro