27 setembro 2007

A Flor da Saudade


Decidi uma coisa. Toda quinta-feira vou dar vazão a um sentimento: saudade, esse sentimento tão comum e recorrente em nossos corações que nos provoca outros tantos sentimentos. As vezes é difícil explicar a saudade. Chico Buarque a define bem: a saudade é o revés do parto. Raramente sentimos saudade pura e simplesmente, digamos, isoladamente. A saudade bate e, não obstante seja comum nos fazer solitário, ela quase sempre vem acompanhada. Creio até que na maioria das vezes, pelo menos pra mim, a saudade vem bem acompanhada. Trás com ela alegria, bem-estar, e um sentimento de que se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi. Aliás, fugindo totalmente do assunto, lembrei! Tem uma loja no Rio Sul Shopping chamada Q-VIZU, que tem umas camisetas temáticas muito criativas. Tenho duas! Uma delas inclusive o Luciano Hulk vestiu um dia no seu programa, inspirando-se em mim, é claro! Que falta de originalidade! E recentemente vi uma que não comprei nem sei porque, justamente com os versos do Rei que citei acima. Maneira!

Mas voltando ao que interessa, para inaugurar essa coluna semanal vou tentar traduzir em palavras a minha maior saudade. Antes porém, será preciso contar uma história.

Em junho de 1973 nascia, no Hospital Geral de Bonsucesso, zona da Leopoldina do Rio de Janeiro, um menino. Ele era o quarto filho de um casal, oriundo de Belém do Pará. Estavam no Rio de Janeiro há poucos anos. Vida difícil dessa mãe, sobretudo pela inconsequência e irresponsabilidade do pai, que estava entregue a bebida e às noitadas, deixando de lado a assistência à família. A mãe restava cuidar das crianças e batalhar uma renda extra através da atividade de costureira, valendo-se do talento que Deus lhe deu. Tamanha era a dificuldade que andavam mudando de casa em casa em razão de despejo por falta de pagamento.

Quando nasceu o menino a família morava numa pequenina vila de casas na Rua Frei Caneca, Centro do Rio. E foi justamente lá que eles tiveram a sorte divina de encontrar a generosidade, a bondade e o que podemos chamar de amor ao próximo, personificados em uma senhora com nome de flor. Era a dona da casa onde moravam e também vizinha de porta, pois residia na casa ao lado. A senhora, atenta, percebia a dificuldade daquela mãe, daquelas crianças, e principalmente do menino com meses de vida. Foi então que ela passou a ajudá-la, tomando conta do pequeno menino para que a mãe pudesse buscar trabalhos como costureira, suportando os constantes atrasos do pagamento do aluguel e por vezes dando de comer às crianças.

Certa vez, a mãe viveu uma passagem que demonstra a infinita bondade daquela flor. Era véspera de Natal e o pai, para variar, havia sumido. Ela, com três filhos - o pequeno ainda não havia nascido - resolveu procurá-lo na casa da sogra. Isso porque, não raramente, a mãe recebia os filhos para "farras" familiares, a revelia das esposas. Era como um clã. Fato é que chegando lá, já ao cair da tarde, o pai não estava. Sabe Deus onde se enfiara. Para piorar chovia torrencialmente. Desapontada, apesar da chuva, preferiu voltar para casa, muito provavelmente levada pela esperança de que seu dito marido lá estivesse a lhe esperar. Quem sabe até, com algo para a ceia de natal, afinal de contas, o espírito natalino une, congraça as pessoas. Até as redime. Tudo que essa mãe queria era uma ceia de natal digna para sua família. Era esse seu sonho de natal. Mas aportaram em casa e nem sinal do pai daquela desamparada família! A tristeza se abateu! É difícil imaginar o sentimento de uma mãe com três filhos carentes daquela magia natalina: ceia, Papai Noel, presentes. A verdade absoluta é que natal sem criança feliz, não é natal.

A senhora vizinha, atenta aquele movimento na casa do lado, não resistiu e bateu à porta para saber o que se passava. Ficou muito tocada ao se deparar com aquela situação e, quase por impulso, tratou de providenciar uma ceia para aquela família cedendo parte da sua. E não os trouxe para sua casa, como seria comum imaginar, por extrema sensibilidade e sabedoria. Ela sentiu que aquele família não carecia de uma ceia simplesmente, mas que isso, precisavam naquela noite da própria ceia em seu seio.

Essa assistência, tornou-se mais constante após o nascimento do menino, as brigas entre o casal também. Mas a senhora não tomava partido, a não ser das crianças. Até que um dia aquele pai pegou o menino no colo, foi ao encontro daquela senhora e disse:

- Tome, estou lhe dando o meu filho!

E assim, passou o menino aos braços daquela senhora, com certidão de nascimento e tudo. Serena, ela respondeu:

- Meu senhor, acalme-se, não quero o seu filho. A única coisa que posso lhe prometer é que farei por ele tudo que puder. Isso sim, eu faço. Não me custa. Porque ele não tem culpa de nada. Volte pra casa com seu filho!

Prometeu e cumpriu. Essa senhora, com nome de flor do campo, de generosidade infinda, que prometeu ajudar, cuidar e criar o menino, por quem nutriu profundo amor materno desde nascido, chamava-se Margarida. E aquele menino, a quem a senhora chamava de "meu menino", hoje é um homem que cultiva um amor transcendental, uma gratidão eterna e uma saudade incomensurável por essa flor. Esse homem sou eu.

Deus é tão magnânimo em sua sabedoria e bondade, que sabedor da falta que me causaria essa flor, no mesmo ano que a levou para embelezar seu jardim, deu-me a pureza do "meu menino" Davi. Que certamente, veio com as bênçãos dessa avó especial, que olha por nós de onde está. Não tenho dúvidas.

A minha maior saudade é ela, minha mãe de alma e coração. SAUDADES!!!

26 setembro 2007

Gostoso como um beijo de amor!


Ando atribulado por demais. Enrolado mesmo. Por isso a ausência indesejada por aqui! Mas entre a correria do trabalho e os probleminhas pessoas para resolver me chamou a atenção uma celeuma que se criou em torno da cafeteira comunitária do meu trabalho. A máquina que a empresa disponibiliza para os funcionários fornece um café de se lamentar. Deplorável e intragável. A partir daí, eu e mais alguns colegas de setor nos cotisamos para comprar uma cafeteira a fim de desfrutarmos de um cafezinho decente.

Pois bem, o projeto ganhou proporções vultosas. A cafeteria passou a funcionar regularmente e duas vezes ao dia tínhamos café fresco. Aí rola um bolinho aqui, um biscoitinho alí. Muito bom! Além, claro, de servir como fator de integração pessoal, já que pessoas de setores mais distantes passaram a integrar a turma do café.

Aí que surge a questão. Ora, não basta colaborar financeiramente, é preciso fazer. Aqui se bebe, aqui se faz. Esse era o lema. Cada vez mais gente pertencia ao grupo e menos se dispunham a fazer o café. Até que num belo dia a nossa querida e brava cafeteira foi confiscada pela área de segurança da empresa. Sempre soubemos que estávamos na clandestinidade, mas arriscávamos. Confiscaram sob a alegação de risco de incêndio. Bem, têm lá suas razões.

O fato é que ficou todo mundo na abstinência da cafeína! Mas somente por algumas semanas. Sucumbimos ao vício e voltamos a clandestinidade. E não que o problema aumentou? Ficamos com menos colaboradores efetivos! Ah, neguinho não é mole! Beber quer, mas fazer não!? Para piorar, alguns que regularmente faziam, deixaram de fazer, sob a justificativa de que se ninguém fizesse, os preguiçosos se coçariam. Será?

Foi isso que me fez pensar. Seria conveniente pra mim agir assim? Ora, eu quero muito uma coisa! Mas para eu obter essa coisa, ou eu vou lá e faço acontecer, ou espero alguém fazer alguma coisa para depois sim eu alcançar meu objetivo. Caso a pessoa não faça eu não terei jamais. Olha sinceramente, dane-se! Eu faço o meu cafezinho na boa se me der vontade! Não me privo! Cada um com sua consciência!

E por falar em café! Eu fiquei sabendo um pouco da história do café através de um samba-enredo da minha escola. É gente, carnaval é cultura! O Salgueiro, em 1992, contou na Sapucaí como o Café - O Negro que Virou Ouro nas Terras do Salgueiro - surgiu e se propagou nas terras tupiniquins. Um desfile espetacular, diga-se de passagem!A foto acima do abre-alas lindíssimo vem para corroborar. Não ganhou para variar. Ganharia no ano seguinte com um tal de Explode Coração, um samba que ninguém conhece...


O Negro Que Virou Ouro nas Terras do Salgueiro
Autor(es): Bala, Efealves, Preto Velho, Sobral e Tiãozinho do Salgueiro


História, beirando a poesia
Lenda, sonho e fantasia
Abissínia, Arábia
A natureza é tão sábia
Num quê de malícia
Trouxe essa delícia ao Pará

Dizem então (dizem então)
Que foi a terra, o sol, este luar
Que o fez se apaixonar por esse chão
E se espalhar como um mar

Da cor da raça
Cheiro de sabor (sabor)
Gostoso como um beijo do amor

O ciclo do café era a riqueza
Fausto e luxo da nobreza
E suor da escravidão
Sonso, vira rico e rotina
Filosofia de esquina
Cafezinho no balcão
Tem até quem admite
Que ele dá bom palpite
Na loteria popular
Cadê o bom café, foi viajar
Onde andará... eu sei lá


Soca no pilão
Preto velho mandingueiro
O negro que virou ouro
Lá nas terras do Salgueiro


20 setembro 2007

Salve o Bakunin!

Pra bom entendedor pingo é letra não é verdade? Não vejo necessidade de maiores comentários, mas faço questão de dedicar esse post a Sua Excelência, o Presidente Lula, e aquele seu amiguinho venezuelano, o babaca do Hugo Chaves.

19 setembro 2007

Insumo Vital

O mês de agosto é o mês do desgosto, diz o dito popular. Pois bem, pra mim, esse ano, realmente foi desgostoso. Já estamos partindo para o final de setembro e sinto que ainda carrego a "inhaca" dos probleminhas, contratempos e infortuitos do mês anterior. Sorte minha que a esticada em Búzios semanas atrás me deu um up, apesar do engarrafamento da volta quase por tudo a perder (putz, é bom nem lembrar). O fato é que ainda não me sinto cem por cento. E não foi difícil descobri o porquê.

Explico. Algumas coisas são como fontes de energia pra mim. Insumos vitais, dentre as quais a principal é, evidentemente, a companhia do meu rei, minha força motriz. Mas tem outro insumo muito importante que é uma noite de samba no Salgueiro. Sambar faz bem à saúde, eu garanto. No entanto, por razões obviamente alheias a minha vontade, já tem um bom tempo que não piso na Academia do Samba. Acho que a última vez foi em julho. Ou seja, pra mim, bastante tempo! Quem frequenta samba, seja qual escola for, sabe muito bem que não há "inhaca" que resista a uma boa batucada.

Por todos os meus próximos é sabido o amor incondicional que tenho pela minha Escola. Então! Pra gente se sentir bem, fundamental é que estejamos juntinhos de quem e do que amamos! É elementar! Por isso que meu coração vermelho e branco grita: tô com saudades! E que saudade! Como diz o poeta tijucano Aldir Blanc "não basta o paraíso inteiro pra saudade que o Salgueiro dá". E eu que ainda pensei que o paraíso de Búzios me seria suficiente... Salgueiro, minha paixão, minha raiz! Sábado tô aí!


Lua Sobre Sangue

Se for falar no Salgueiro
É porque são muitas palavras que eu quis
Pois não basta um idioma inteiro
Pra dizer o que o Salgueiro diz

Imaginar o Salgueiro
Lua sobre sangue de linda mulher
É preciso o universo inteiro
Pra mostrar o que o Salgueiro é

Canto Gargalhada na voz de Anescar
Geraldo Babão e o Bala são de lá
Noel Rosa de Oliveira, Pindonga, Iraci
O samba vem daí

Quando eu deixar o Salgueiro
Sinto que o céu não irá me agradar
Pois não basta o paraíso inteiro
Pra saudade que o Salgueiro dá

Aldir Blanc


Cada um com seus insumos vitais! O seus quais são?

17 setembro 2007

Homem que nem tchuns, sei não...

Sábado passei a noite em casa com meu pequeno rei e aproveitei para assistir Saia Justa. Para quem não sabe, Saia Justa é um programa da GNT, estilo mesa-redonda feminina. Discute-se de tudo um pouco, sendo que pouco, muito pouco mesmo, do homem como centro das preocupações femininas. Ora, só por esse detalhe já vale a pena assistir né? Mulheres reunidas que não estão falando sobre homem, nem falando (mal) de outra mulher? É, no mínimo, imperdível. Sempre que posso assisto! É um deleite para mim assistir o chame e o equilíbrio de Monica Waldvogel, a beleza inteligente de Maitê Proença, o humor ácido de Betty lago, as viagens filosóficas de Márcia Tiburi e a sobriedade de Soninha.

No programa dessas semana cada "saia" ficou encarregada de trazer um tese pessoal, para por à mesa de discussão. Pois bem, queria então destacar duas delas, que me chamaram à atenção. A primeira de Betty Lago, que não perdeu a oportunidade de ser polêmica. Segundo ela, todo homem que não pratica sexo oral em mulher, na verdade, é gay. Betty, ao longo de sua vida teve, inclusive, provas contundentes da verossimilhança da sua afirmação. Citou até o exemplo de uma amiga que estava namorando um homem ma-ra-vi-lho-so! Que apenas um detalhe estava faltando...Pois é, esse mesmo! Fato é que após pouco tempo o tal namoro não vingou, e anos depois soube que o tal homem casara-se, só que com outro homem. Olha, pessoalmente, posso dizer que concordo com ela. Meu sentimento é de que, todo homem hetero, questionado sobre tal gosto, tem a resposta na ponta da língua: claro que pratico, e com muito gosto! Agora, cada qual com seu cada um!

A segunda tese que destaco é bem mais complexa, porém interessante. Soninha surpreendeu dizendo que não obstante estejamos condicionados social e psicologicamente do contrário, é perfeitamente possível amar duas pessoas ao mesmo tempo. Se é viável, é outra história. Mas que pode acontecer, pode. Pra ela não faz sentido que devido ao fim de um relacionamento, todo o sentimento acabe, por pura convenção. Deu o exemplo dos filhos, perguntando: a gente deixa de amar um filho quando nasce outro? Ou seja, para ela é possível se apaixonar por alguém, tendo ainda no coração amor por outra pessoa.

A respeito dessa tese, sinceramente, não tenho sentimento formado para expor. É complicado. Talvez seja o tipo de coisa que só quem viveu algo parecido, possa acreditar veementemente. Não acredito em duas paixões simultâneas. Nisso não. Paixão exige muito da nossa mente, do nosso corpo. Nos ocupa 24 horas por dia. Paixão em condomínio é impossível. Em amor, sim, arrisco-me em acreditar. Por que existem, de fato, várias formas de amar. A gente escolhe uma de acordo com a pessoa com a qual nos relacionamos. Cada relação é uma química diferente, que gera um sentimento diferente, ou seja, um amor único, singular. A partir dessa minha tese, porque não acontecer de, em meio ao fim de uma relação amorosa, despertar-se em paixão por outra pessoa? As relações acabam, mas nem sempre o amor acaba no mesmo momento. Diante da possibilidade de encantamento por outro alguém, desde que a pessoa se permita, há de surgir logo logo uma outra forma de amar, ainda que aquela primeira esteja lá um tanto esquecida, guardada no fundo do coração. Sei lá...

Dica sentimental:
Saia Justa
GNT - Canal Globosat (NET/ Sky#41)
No ar todas as quartas, às 22h30
Com Monica Waldvogel, Betty Lago, Márcia Tiburi, Maitê Proença e Soninha Francine
Horários alternativos: nas quintas, às 10h, às 15h e às 19h, nos sábados, às 23h e às 5h e nos domingos, às 10h30

Homens também sentem...

É verdade. Se são poucos, apenas alguns, ou até mais do que pensamos, bastante, não sei precisar. Mas que eles existem, existem. Quem?? Os homens que sonham com sua Princesa Encantada surgindo numa bela e majestosa carroagem (que por sinal não vira abóbora depois da meia-noite). Não riam, por favor! Porque cá entre nós, esses exemplares de mulheres também estão se tornando raras. Prova da existência desses homens estão na inspiração dessas duas canções abaixo. A primeira do compositor humorista Juca Chaves, que de certa forma até me surpreendeu com a sensibilidade da sua cúmplice. A segunda revela os segredos de Frejat que, bem ou mal, já são conhecidos desde o tempo de sua parceria com Cazuza. Taí um cara que dignifica o rock nacional. Ambos, a sua maneira, deram provas da existência desses homens sonhadores, digamos.

A Cúmplice
Juca Chaves

Eu quero uma mulher
Que seja diferente
De todas que eu já tive
Todas tão iguais
Que seja minha amiga
Amante e confidente
A cúmplice de tudo
Que eu fizer a mais...

No corpo tenha o Sol
No coração a Lua
A pele côr de sonho
As formas de maçãs
A fina transparência
D'uma elegância nua
O mágico fascínio
O cheiro das manhãs...

Eu quero uma mulher
De coloridos modos
Que morda os lábios sempre
Que for me abraçar
No seu falar provoque
O silenciar de todos
E seu silêncio obrigue
A me fazer sonhar...

Que saiba receber
Que saiba ser bem-vinda
Que possa dar jeitinho
Em tudo que fizer
Que ao sorrir provoque
Uma covinha linda
De dia, uma menina
A noite, uma mulher...

Eu quero uma mulher
De coloridos modos
Que morda os lábios sempre
Que for me abraçar
No seu falar provoque
O silenciar de todos
E seu silêncio obrigue
A me fazer sonhar...

Que saiba receber
Que saiba ser bem-vinda
Que possa dar jeitinho
Em tudo que fizer
Que ao sorrir provoque
Uma covinha linda
De dia, uma menina
A noite, uma mulher...

Menina! Mulher!



Segredos
Frejat

Eu procuro um amor
Que ainda não encontrei
Diferente de todos que amei...

Nos seus olhos quero descobrir
Uma razão para viver
E as feridas dessa vida
Eu quero esquecer...

Pode ser que eu a encontre
Numa fila de cinema
Numa esquina
Ou numa mesa de bar...

Procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

E eu vou tratá-la bem
Prá que ela não tenha medo
Quando começar a conhecer
Os meus segredos...

Hum! Hum! Huuuum!...

Eu procuro um amor
Uma razão para viver
E as feridas dessa vida
Eu quero esquecer...

Pode ser que eu gagueje
Sem saber o que falar
Mas eu disfarço
E não saio sem ela de lá...

Procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

E eu vou tratá-la bem
Prá que ela não tenha medo
Quando começar a conhecer
Os meus segredos...

Hum! Hum! Huuuum!...
Hum! Hum! Huuuum!...

Procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

Eu procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...


14 setembro 2007

Sentimento : DAVI



Como certamente no dia estarei às voltas com as merecidas comemorações, e gostaria de expressar alguns sentimentos à respeito, lá vai...

Domingo próximo é dia de rei. Do meu rei Davi. Do carinha que é sangue do meu sangue, carne da minha carne. Milagre divino que Deus me presenteou. Como seria minha vida sem ele? Não seria, simplesmente não seria. Lá se vão três anos desde o dia em que o vi surge do ventre de sua mãe, cansadinho, precisando de uma leve auxílio do pediatra para que pudesse, enfim, respirar os ares cá de fora. Tadinho, logo ao chegar já precisou dar provas de valentia. E deu!

Eu, desde que me entendo por gente, sempre quis ser pai, sempre. Não precisei de terapia para entender que esse forte desejo muito se deu em razão da falta de presença do meu genitor. Faltou sim aquele cara para quem eu pudesse olhar e recenhecer meu ídolo, meu parceiro de jogo de botão, meu incentivador na escolinha de futebol. Essa ausência se converteu por completo na vontade de viver com toda a plenitude a relação de pai e filho.

Há três anos ele chegou, o filho que eu queria ter, igualzinho aquele do poema musicado de Vinícius. O meu guri, a quem boto no colo para me ninar. Minha fonte de amor infinda e de orgulho inesgotável! Ele surgiu, e a partir do primeiro instante da sua vida, mudou completamente o sentido da minha. É impressionante como a gente passa a enxergar o mundo com outros olhos.

Uma questão que sempre me acompanha cada vez que me pego suspirando de orgulho é: será que eu mereço o filho que tenho? Que menino bom! Obediente, alegre, generoso, inteligente, educado e carinhoso. Davi reúne qualidades raras em um criança. Curiosamente, as que mais valorizo. E o mais importante: já demonstra amor pelo Flamengo e pelo Salgueiro. Meus olhos ficam marejados apenas por imaginar que muito em breve chegará o dia em que terei um fiel companheiro para compartilhar inesquecíveis emoções da arquibancada do Maracanã, junto à Nação Rubro-Negra, bem como no terreiro sagrado da Academia do Samba.

Meu filho é a personificação da palavra tudo, é meu motivo, meu espelho, meu governo. É a pergunta que me ensina, o sorriso que me enche de alegria, a inocência que me comove. É minha pequenina fonte de sentimentos sublimes! É o meu amor maior! Quem dera, pudesse todo homem compreender, quem dera, a grande dádiva da paternidade!

Davi, te love you! (Parece que escuto ele me corrigindo: "É I Love you, papai!!!!")

O Filho Que Eu Quero Ter (O filho que eu tenho!!!)

É comum a gente sonhar, eu sei
Quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar
Um sonho lindo de morrer

Vejo um berço e nele eu me debruçar
Com o pranto a me correr
E assim, chorando, acalentar
O filho que eu quero ter

Dorme, meu pequenininho
Dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho
De tanto amor que ele tem

De repente o vejo se transformar
Num menino igual a mim
Que vem correndo me beijar
Quando eu chegar lá de onde vim

Um menino sempre a me perguntar
Um porquê que não tem fim
Um filho a quem só queira bem
E a quem só diga que sim

Dorme, menino levado
Dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado
De tanta dor que ele tem

Quando a vida enfim me quiser levar
Pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar
No derradeiro beijo seu

E ao sentir também sua mão vedar
Meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar
Num acalanto de adeus

Dorme, meu pai, sem cuidado
Dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter

Vinícius de Moraes e Toquinho

13 setembro 2007

Meu coração tem mania de amor...


Bem, hoje aprendi a postar um vídeo do youtube. Que máximo! Tô ficando bom nisso! E para inaugurar essa proeza em grande estilo: Paulinho da Viola. Que me perdoem os poetas da Academia do Samba (Salgueiro), mas verdade seja dita, esta é a mais linda homenagem de um poeta a sua agremiação. Não tem uma só vez que meu arrebatado coração alvi-rubro não se emocione aos primeiros acordes de : "Se um dia meu coração for consultado..."

O vídeo abaixo foi extraído do documentário sobre o mestre Paulinho da Viola denominado "Meu Tempo é Hoje". Belíssima obra onde se transborda samba, história e emoção. Tudo isso com as marcas do mestre, ou seja, elegância e simplicidade. E Não bastasse isso, tem Nelson Sargento, Monarco, Zeca Pagodinho, entre outros. Obra prima que vale a pena ser vista, não apenas por sambistas, mas por quem aprecia a arte e cultura popular brasileira.




Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida


Se um dia
Meu coração for consultado
Para saber se andou errado
Será difícil negar


Meu coração tem manias de amor
Amor não é fácil de achar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar


Porém, ai porém
Há um caso diferente
Que marcou um breve tempo
Meu coração para sempre
Era dia de Carnaval
Carregava uma tristeza
Não pensava em novo amor
Quando alguém que não me
Lembro anunciou
Portela, Portela.
O samba trazendo alvorada
Meu coração conquistou


Ai, minha Portela
Quando vi você passar
Senti meu coração apressado
Todo meu corpo tomado
Minha alegria voltar

Não posso definir aquele azul
Não era do céu
Nem era do mar
Foi um rio que passou em
Minha vida
E meu coração se deixou levar
Foi um rio que passou em
Minha vida

Paulinho da Viola

12 setembro 2007

Sentimento do dia: indignação!


São Clemente - carnaval 2004

"Boi Voador sobre o Recife: cordel da galhofa nacional"
Autores:
Jorge Melodia, Noronha, Marcos Zero e César Ouro

Onde a zorra vai parar?
Eu tô sofrendo, mas eu gozo no final
A São Clemente faz a gente acreditar
Que no Brasil o que é sério é carnaval

A cobra vai fumar
De além-mar, ao mar de lama
Gostoso é pecar, se lambuzar no mel da cana
Índias que não estão no mapa
Na boquinha da garrafa, cheias de amor pra dar
O tal batavo começou a avacalhar

E como brasileiro gosta de uma obra
Nassau fez até de sobra
Mascarando o leão do norte, lugarejo sem saúde
Onde a maior virtude era viver de armação
Macunaíma, anti-herói idolatrado
Aqui tudo foi tramado pra virar esculhambação

Todo mundo pelado, beleza pura
Todo mundo pelado, mas que loucura
Ninguém segura a perereca da vizinha
É um barato a buzina do Chacrinha

Era a Corte um rebu
Se ouviu o sururu, vai pra ponte que partiu
Com o laranja endividado
O pedágio foi cobrado, o primeiro do Brasil

O boi voou, começou a robalheira
A galhofa, a bandalheira, é chacota nacional
Mas tira o olho, ninguém tasca, eu vi primeiro
Tem muito boi brasileiro prá comer nesse quintal

Onde a zorra vai parar?
Eu tô sofrendo, mas eu gozo no final
A São Clemente faz a gente acreditar
Que no Brasil o que é sério é carnaval...

Pois é, quando tomei notícia da absolvição de Renan Calheiros automaticamente me veio a mente esse samba-enredo da simpática São Clemente. Enredo alusivo a galhofa nacional, cujo precursor fora Maurício de Nassau, que inventou o boi voador, lá em Recife, para arrecadar fundos para as finanças públicas, então à beira da falência. E olha, Nassau era holandês.

Sabe, cada dia mais acredito no dizer do espirituoso carnavalesco Milton Cunha: no Brasil, o que é serio é carnaval. No que diz respeito a sua concepção, vale ressaltar. Pois o resultado da última apuração, já o contradisse. Eu, como salgueirense, falo como propriedade.

SALdações

11 setembro 2007

Dr. Bactéria!

Durante o feriado prolongado em Búzios tive o prazer de desfrutar da companhia de dois amigos de infância, Márcio Banha e Wellington "Dr. Bactéria". Aliás, é motivo meu de orgulho dizer que os tenho como amigos há mais de 30 anos. Nesse mundo tão impessoal, isso é para se comemorar. Chegamos todos na sexta pela manhã e após nos acomodarmos na simples, simpática acolhedora pousada chamada "Um amor", resolvemos dar uma passada no supermercado para comprar os ingredientes das pizzas que faríamos no forno à lenha que lá havia (esse da foto). Assim já ficávamos livre o resto do dia para curtir a praia. Bem, aproveitaria para comprar cervejas, biscoitos, refrigerantes, batatas-fritas e uma escova de dente, pois esquecera a minha.

Mas aí o Dr. Bactéria deu ar da graça. Já no supermercado andava ele pelos corredores do setor de material de limpeza e higiene.


- Tá fazendo o que aí Nerd ? - apelido carinhoso que nos chamamos.
- Peraí, tô comprando um Veja, um Pinho Sol e um Bom-ar.
- Pra que Nerd, vai desinfetar o quarto?
- Não, mas sempre é bom ter a mão.
- Aham...Entendi. Cada louco com a sua mania, pensei.

Nisso, Márcio Banha, que estava comprando os ingredientes das pizzas, olha o carrinho e solta logo, com a delicadeza que lhe é peculiar:


- Que isso, quem pegou essa porra????
- É do Wellington - Respondi.
- Ele tá maluco? Virou o Dr. Bactéria? Gargalhei na hora! Por que todo gordo é engraçado, hein???


Voltamos com tudo no esquema para o rodízio de pizzas à noite. Agora era só curtir a praia. Porém, logo que chegamos Banha tratou de divulgar o novo pseudônimo do Wellington: "Aí gente, precisando de uma faxina nos quartos, é só falar com o Dr. Bactéria! Ele já comprou todo o material!"

No dia seguinte, outro episódio do Dr. Bactéria! Logo no café da manhã ele foi checar as condições de higiene da mesa onde estavam dispostos as coisas do café. Pega sua xícara, olha bem no fundo e assopra. Abre a garrafa térmica, observa atentamente a tampa e a rosca da garrafa pra ver se está limpinho. Pegou seu pão e colocou na sanduicheira, mas não antes de passar um papel toalha. Por fim, foi no bebedouro, esses que se colocam garrafas de 50 litros, que a pousada utilizou para por suco de laranja. Parou em frente, e antes de se servir, levantou levemente o garrafão e mexeu com movimentos circulares. Suco parado dá bactéria?? Não sei.


Minutos depois apareceu outra hóspede da Pousada. Uma senhora aparentando beirar os 50 anos, negra, alta, forte, que falava alto e com desenvoltura. Percebia-se que era adepta a um boa conversa fiada. Ela contava para minha mãe o sufoco que passou na noite passada. Não estava acostumada com a proximidade do mar, mais propriamente com o barulho das ondas. Dizia ela: "Passei a noite orando à Deus que me desse um fim sereno, que olhasse por meu filho e minha cachorra. O que era aquilo meu Deus? Um tsunami? Não consegui dormir tamanho era o meu pavor. O que mais me agoniava é que eu ia embora sem se despedir da minha cachorra! Que tristeza". Eu me divertia entre as esquisitices do Dr. Bactéria e os delírios de Vovozona (Parecia a própria, impossível não associar).

O Mais engraçado foi que a Vovozona percebeu que brincávamos com o Dr. Bactéria e não se fez de rogada, caiu na pele do coitado também:

- Ô Bactéria, cuidado hein! Excesso de produtos de limpeza dá alergia. Além disso o senhor vai ficar sem nenhum anticorpos no organismo. Deus que lhe proteja. Ô meu Pai, olhai esse menino! Gargalhada geral! Até do Dr. Bactéria! Fato é que, durante esses não teve sujeira, o convívio foi ótimo!! E o pulso, ainda pulsa!

Dr. Bactéria me lembrou a música dos Titãs. Adoro! Na verdade um poema de Arnaldo Antunes, musicado pelos guitarristas Tony Belollo, também conhecido como marido de Malu Mader, e Marcelo Fromer, infelismente morto num atropelamento em São Paulo, enquanto fazia sua corrida diária no meio daquela selva de pedra.


Titãs

O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa
Peste bubônica, câncer, pneumonia
Raiva, rubéola, tuberculose, anemia
Rancor, cisticircose, caxumba, difteria
Encefalite, faringite, gripe, leucemia
O pulso ainda pulsa (pulsa)
O pulso ainda pulsa (pulsa)
Hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia
Úlcera, trombose, coqueluche, hipocondria
Sífilis, ciúmes, asma, cleptomania
E o corpo ainda é pouco
E o corpo ainda é pouco
Reumatismo, raquitismo, cistite, disritinia
Hérnia, pediculose, tétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifóide, arteriosclerose, miopia
Catapora, culpa, cárie, câimba, lepra, afasia
O pulso ainda pulsa
O corpo ainda é pouco
Ainda pulsa

10 setembro 2007

Feriado: sentimento Irado!

E lá se foi mais um feriado. Mais um que resolvi encarar a estrada rumo à Costa do Sol! Foi muito bom. Sobretudo porque fui para o paraíso de Búzios. Eu amo aquele lugar. União perfeita da sofisticação noturna com a informalidade praiana. Não obstante tenha sido mais uma estadia divina, o regresso quase mes fez detestar a viagem! Para se sincero, por várias vezes esse sentimento me acometeu durante o percurso. Mas, claro, não estava no meu temperamento normal. Mas pudera, simplesmente passei a tarde na estrada! Terrível! Se há algo que me tira do sério, literalmente, é engarrafamento. Minha paciência, como se sabe, não é pouca, mas se esvaire em pouquíssimo tempo. Nem mulher consegue minar minha paciência tão rapidamente quanto um engarrafamento. Não vejo a menor graça! Mas tem gente que vê, pois tratam logo de dançar, passear na estrada, comer, beber, e até paquerar. Tudo isso só faz me irritar ainda mais. Penso logo: tá na merda e ainda ficam ai se dando ao desfrute, cambada de idiotas! A verdade é que sou dominado por um único sentimento: ira! Depois dessa, resta-me resignar e e prometer a mim mesmo que jamais, enquanto gozar de perfeita saúde mental, viajarei num feriado prolongado para regressar no dia derradeiro. Se me aventurar novamente, ao amanhecer do último dia já estarei no aconchego da minha caminha, do meu lar...Eu prometo!!!

P.S. Precisava desabafar, mas o próximo post será mais descontraído! Pode deixar!

06 setembro 2007

O que sentiu Abigail?

Todo mundo, acredito, tem suas caixas de e-mails assoladas de piadas e afins. Confesso que eu, particularmente, descarto a maioria sem sequer ler. A mim falta interesse, e sobretudo, paciência. Acabo deixando de ler, a menos que sejam bem recomendadas. Gosto de piadas revestidas de inteligência e irreverência, por mais idiota que seja o tema abordado. Não que só me interesse por coisas que guargam uma profunda sentimentalidade. Não é isso. Adoro uma conversa fiada e despretenciosa! Mas sei lá, a grande maioria é tosca. Bem, fato é que não faz muito tempo recebi uma crônica muito bem humorada. Uma depoimento descritivo do ritual de depilação. Olha, eu imaginava que era sofrido, mas não que continha requintes de crueldade! Depois dessa leitura, agredeci mil vezes por ter nascido homem! Para minha surpresa, acabo de receber a versão masculina do mesmo ritual. Muito engraçado também!! Acho graça proque não é com o meu!! PelamordeDeus! Do ponto de vista masculino eu digo, quem faz isso, faz por pura inoperância do "órgão regulador". Não que eu seja um ativista do IPMA (Instituto para a Preservação da Mata Atlântica), pelo contrário! Mas vamos combinar, existem meios menos dolorosos, através dos quais se conseguem o mesmo resultado! Digo para nós homens, quanto as mulheres, só lamento...(risos).

Deixemos de entretantos e passemos para os finalmentes, como diria o saudoso Odorico Paraguaçu. Eis as crônicas. Infelismente, não tenho a autoria. Eu gostei mais da versão feminina!

VERSÃO FEMININA

"Tenta sim. Vai ficar lindo." Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.

Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.- Normal ou cavada?
-Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.
- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... Deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei,Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.

- Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.
- Quer bem cavada?
- É...é, isso.
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
-Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma esp átula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado. - Arreganhada, né?
Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar. Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?
Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.

- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia.Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor. Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.

- Olha, tá ficando linda essa depilação.- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto. Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terraquando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.

- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada. Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda. Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente.
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.

- Vira agora do outro lado.
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A bruaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
- Penélope, empresta um chumaço de algodão? Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.
- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa merda...
- Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.
Namorar...namorar...Eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.
Queria comprar o domínio www.preserveasvaginaspeludas.com.br. Filha da puta foi a mulher que inventou a "cavadinha".

VERSÃO MASCULINA

Estava eu assistindo tv numa tarde de domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada o que fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando minha esposa deitou ao meu lado e ficou brincando com minhas "partes". Após alguns minutos ela veio com a seguinte ideia: Por que nãodepilamos seus ovinhos, assim eu poderia fazer "outras coisas" com eles.

Aquela frase foi igual um sino na minha cabeça. Por alguns segundos fiqueiimaginando o que seriam "outras coisas". Respondi que não, que doeria coisae tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação eeu não tive mais como negar. Concordei. Ela me pediu que ficasse pelado enquanto buscaria os equipamentos necessários para tal feito. Fiquei olhando para TV, porém minha mente estava vagando pelas novas sensações que só acordei quando escutei o beep do microondas.
Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns pedaços deplástico. Achei meio estranho aqueles equipamentos, mas ela estava com umar de "dona da situação" que deixaria qualquer médico urologista sentindo-se como residente. Fiquei tranqüilo e autorizei o restante do processo. Pediu para que eu ficasse numa posição de quase-frango-assado e liberasse o aceso a zona do agrião. Pegou meus ovinhos como quem pega duasbolinhas de porcelana e começou a passar cera morna. Achei aquela sensação maravilhosa!! O Sr. Pinto já estava todo "pimpão" como quem diz:"sou o próximo da fila"!! Pelo início, fiquei imaginando quais seriam as"outras coisas" que viriam.
Após estarem completamente besuntados de cera, ela embrulhou ambos no plástico com tanto cuidado que eu achei que iria levá-los para viajem. Fiquei imaginando onde ela teria aprendido essa técnica de prazer: na Thailândia, na China ou pela Internet mesmo. Porém, alguns segundos depoisela esticou o saquinho para um lado e deu um puxão repentino. Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro PUTA-QUE-O-PARIU quase faladoletra por letra. Olhei para o plástico para ver se o couro do meu saco não tinha ficado grudado na cera. Ela disse que ainda restaram alguns pelinhos, e que precisava passar de novo. Respondi prontamente: Se depender de mim eles vãoficar aí para a eternidade!!

Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito em minhas respectivas mãos, comoquem segura os últimos ovos da mais bela ave amazônica em extinção, e fuipara o banheiro. Sentia o coração bater nos ovos. Abri o chuveiro e foi aprimeira vez que eu molho o saco antes de molhar a cabeça. Passei algunsminutos só deixando a água escorrer pelo meu corpo.
Saí do banho, mas nesses momentos de dor qualquer homem vira um bebezinhonovo: faz merda atrás de merda. Peguei meu gel pós barba com camomila "que acalma a pele", enchi as mãos e passei nos ovos. Foi como se tivesse passado molho de pimenta. Sentei na privada, peguei a toalha de rosto efiquei abanando os ovos como quem abana um boxeador no 10° round. Olhei para meu pinto. Ele era tão alegrinho minutos atrás, estava tão pequenoque mais parecia que eu tinha saído de uma piscina 5 graus abaixo de zero.
Nesse momento minha esposa bate na porta do banheiro e perguntou o que estava acontecendo. Aquela voz antes aveludada ficou igual um carrasco mandando eu entregar o presidente da revolução. Saí do banheiro e voltei para o quarto. Ela estava argumentado que os pelostinham saído pelas raízes, que demorariam voltar a nascer.

"Pela espessura da pele do meu saco, meus netos irão nascer sem pelos nos ovos", respondi. Ela pediu para olhar como estavam. Eu falei para olhar com meio metro dedistância e sem tocar em nada!! Vesti a camiseta e fui dormir (somente de camiseta). Naquele momento sexopara mim seria somente para perpetuar a espécie humana. No outro dia pela manhã fui me arrumar para ir trabalhar. Os ovos estavammais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros. Foi estranho sentiro vento bater em lugares nunca antes visitados. Tentei colocar a cueca, masnada feito. Procurei alguma cueca de veludo e nada. Vesti a calça mais folgada que achei no armário e fui trabalhar sem cueca mesmo.

Entrei na minha seção andando igual um cowboy cagado. Falei bom dia paratodos, mas sem olhar nos olhos. E passei o dia inteiro trabalhando em pé com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície. Resultado, certas coisas devem ser feitas somente pelas mulheres. Não adianta tentar misturar os universos masculino e feminino.

Saudações.

05 setembro 2007

Idiota!


Hoje acordei mais cedo para levar meu leãozinho para escola. Pois é, agora está com mania de bichos. Na verdade sempre teve! Ora ele é o leão, ora o Tigre, outra dia é o Tubarão. Reparem, apenas animaizinhos dóceis! Bem, estava o esperando na portaria do prédio, quando de repente surge ele! Em umas das mãos a girafa, na outra, claro, o leão! Chegou sorridente e radiante! Quanta energia! Já dentro do carro, começa ele a tagarelar! Entre várias coisas, escuto uma palavra: idiota! Epa, peraí! Perguntei logo: "o que você disse filho?" Responde ele: "idiota, idiota!" Mas não era pra mim. Pelo contexto em que ele utilizou o termo, brincando com o batman e com o leão, percebia-se. Mesmo assim, alertei: "Filho, essa palavra é feia, não pode falar". Assim como falo em relação a todos os palavrões. Exemplo: Porra! Volta e meia ele solta: "O Davi não pode falar porra, é poxa vida! Só o papai fala ?" Bem, qual não foi a minha surpresa, quando ele argumenta: "Mas o Pateta fala idiota nos Mosqueteiros" (Filme "Os Três Mosqueteiros" da Disney). Imediatamente me vem a mente a imagem do Patela lendo o manual dos Idiotas, nesse mesmo filme. Putz, argumento irrefutável! Pensei um pouco e sem graça respondi: "É filho, o Pateta fala, mas ele é um pateta, por isso que ele fala! Mas você não, ..." Pra finalizar ele diz: "É então tá, só o Pateta e o Lobisomem (????) podem falar, ?"

04 setembro 2007

Hoje eu quero apenas...

, Para ver as Meninas

Silêncio por favor
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
E não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito

Paulinho da Viola

Ando cantarolando essa canção há uma semana. Obra-prima de Paulinho da Viola que Marisa Monte gravou e incluiu no seu CD "Memórias, Crônicas e Declaração de Amor". Aliás, que declaração de amor! Não tenho filha, todos sabem, embora tenha o desejo. Mas isso não importa, embora Paulinho tenha se inspirado nas filhas, cabe plenamente para quem tem meninos, como eu. Esse samba retrata bem aqueles momentos que a gente está mal, angustiado preocupado, instável emocionalmente. Com a nítida sensação que nada nem ninguém nos confortará. E a gente vai buscar colo, abrigo justamente naquelas pessoas tão dependentes de nós. Por isso ele diz:
"Hoje eu quero apenas uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E NADA MAIS NOS BRAÇOS
SÓ ESTE AMOR
ASSIM DESCONTRAÍDO"
E completa dizendo que esse momento único lhe inspira a fazer um samba sobre o infinito, ou melhor, sobre esse amor maternal ou paternal, que é infinito! LINDO!!!!

Essa canção me lembra uma menina especial e suas meninas, pelas quais sinto muito carinho. Então, são para vocês meninas: Raquel, Luisa e Júlia.

Por fim, vale a pena conferir as duas versões disponíveis no Youtube, uma com Paulinho e Marisa juntos (click aqui) e outra só com Marisa, ao vivo (click aqui).

Sentimento Especial


Hoje não é um dia comum. Hoje é o dia da uma GRANDE amiga, que tive o prazer de conhecer há aproximadamente 5 anos. Amiga distante, mas de presença constante. Presença doce, inteligente, sensível, generosa, bem humorada, equilibrada, sonhadora, empreendedora, responsável, e sobretudo uma presença amiga, na exata tradução do palavra.

Até procurei na internet um texto, uma música, um poema que pudesse ilustrar a importância dessa amizade. Mas, todos que encontrei me pareceram tão comuns, batidos, indignos de representar uma amizade tão incomum, tão especial. Preferi procurar as palavras, que teimam em fugir nesses momentos...Pudera, o que dizer de uma amiga que mesmo a centenas de kilômetros parece me conhecer melhor que eu mesmo? Que sempre, sempre mesmo, tem uma palavra de conforto, de carinho, de estímulo para oferecer? Que reconhece meu estado de espírito apenas pela maneira que escrevo?

O que dizer??? Só me resta dizer uma coisa: amo você minha amiga Bia. Deus te proteja sempre! Parabéns, muitas felicidades, saúde e sucesso pleno e irrestrito! Lamento por não poder nesse dia, dar-lhe um forte abraço. Mas sinta-se abraçada, porque a distância nunca foi obstáculo para nossa amizade.

03 setembro 2007

Sentimento : Patriotismo!

Acabo de chegar do curso. Pois é, plena segunda-feira, dia internacional da preguiça, tenho aula após um expediente de trabalho. Tudo bem, até vou com gosto, porque trata-se de Língua Portuguesa. Eu adoro! É um deleite, principalmente por que o professor é uma figura. Demonstra conhecimento, ótima didática e além de tudo, humor! Ingredientes perfeitos para uma aula imperdível. E tem sido, todas as segundas-feiras. Hoje, por exemplo, em um dos momentos de inspiração do mestre Jurandir Faria fui tomado por um sentimento: patriotismo! Isso mesmo, porque a nossa pátria é a nossa língua, já dizia o poeta. E a nossa língua é lindamente rica! BRASILLLL!!!!

02 setembro 2007

Nem deu pra sentir...

Caramba!! Nesse momento estou entrando na última hora do domingo. A deprê já toma conta...Ao fundo escuto Gloria Maria e Pedro Bial despedirem-se, nos desejando uma semana animada! Ah Bial, ninguém merece!! O Fantástico é o programa mais deprê que existe na televisão brasileira! Quando o Cid Moreira anuncia "Boa noite! Está no ar o Fantástico", pronto, a ficha cai e eu eu penso: Já acabou??? PQP!!!! Amanhã é dia de trabalhar... Pior ainda quando você chega a triste conclusão que o fim de semana passou batido e improdutivo! , a gente passa cinco dias planejando o que vai fazer em dois. Mil planos que vão de resolver problemas, descansar, organizar sua casa, seu quarto, suas coisas, estudar, levar filhos para passear, visitar um amigo ou parente que há muito não vemos, conhecer aquele barzinho que um amigo lhe indicou, ver aquela peça, aquele filme, dançar naquela boate do momento...E se fizer sol, ainda tem praia, no meu caso particular. Ufa!! Não sei não, a julgar pelas meus últimos (improdutivos) fins de semana, chego a seguinte conclusão: Meu fim de semana precisa de mais um dia, no mínimo! Pensando bem, só isso não basta, acho que tenho que reduzir minha programação. Me lembrou aquela música do Lenine: "O mundo vai girando cada vez mais veloz/A gente espera do mundo e o mundo espera de nós/Um pouco mais de paciência". Engraçado, sou um cara muito paciente, até demais. Acho que o problema não é esse. Enfim, que venha uma semana animada e um fim de semana mais produtivo. Ei, peraí, o próximo terá três dias! Que beleza, já vou começar a planejá-lo!!!






Para finalizar, Paciência de Lenine!!

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é o tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber A vida é tão rara(Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não)

Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara(tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não...a vida não para)