18 março 2008

SENHAS



Já pararam para contar quantas senhas utilizamos? Eu me dei conta outro dia! São inúmeras! Tenho 3 senhas para o banco. No trabalho é senha para "abrir" o computador, senha para o e-mail da empresa, para usar a máquina de xerox e uma senha para cada um dos 4 sistemas internos que acesso. Com um agravante: de tempos em tempos obrigatoriamente tenho que trocá-las. Senha para e-mails e para acessar orkut e blog. Senha para atendimento telefônico na operadora de celular. Outra para sites de shopping virtuais, tipo Submarino. Para comprar ingressos pela internet, outra senha. Para participar de fórum de discussão, na internet, mais uma. Senhas, senhas, senhas...O que é isso? Tudo fica parecendo tão inacessível...


O curioso que no ato do cadastramento a gente escolhe uma senha a qual julgamos jamais esquecer. Imagina! Diante de um acesso tão desejado, importante, como esquecer a senha escolhida? Impossível! Passado um tempo, a memória começa a falhar. É natural, porque são tantos acessos, tanta coisa para usar que não damos conta. Invariavelmente, tem senhas que passamos a usar menos, por mera falta de tempo. Aí, tal qual um computador, dá aquele irritante erro de "memória insuficiente". E não raro, a gente deixa de lado, para depois recuperar a senha, ou simplesmente, abrimos mão.


E se observarmos bem, isso acontece na vida amorosa das pessoas. Talvez na mesma proporção, ou seja, cada vez com mais incidência. Não é assim que funciona: a gente se encanta, apaixona-se e ganha a senha do coração amado. Ficamos com o privilégio de ter uma senha única e exclusiva. Aquele coração é nosso! E isso nos dá orgulho, prazer e nos faz sentir o ser mais feliz da face da terra. Sabemos direitinho como agradar aquela pessoa, como lhe arrancar suspiros e sorrisos. Pudera, temos a senha.


Só que a vida continua a passar. Responsabilidades surgem, outras senhas para gravar também. O que implica em mais acessos. E aí passamos a visitar menos aquele coração amado. Mero descuido ou desinteresse? Pode ser um desses motivos sim. Mas tem acontecido muito por influência do peso de outros acessos que exigem nossa atenção. Quando vemos, simplesmente esquecemos a senha. E notamos isso, quase sempre, após errar várias vezes. Descobrimos que perdemos o jeito de agradar aquele coração. Algo inimaginável tempos atrás, torna-se uma realidade que não conseguimos lhe dar. E assim, contrariamos uma lei fundamental do amor: QUEM AMA CUIDA!

Portanto, o segredo é manter o acesso ao coração amado como prioridade, apesar dos "acessos" de loucura na vida. Assim, não se corre o risco de esquecer a senha. A isso chama-se cuidado.

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