15 outubro 2007

Cada um tem um amor

Passei todo o feriadão com meu Rei. O que pra mim foi um prazer enorme! E além de tudo, como de costume, foi mais uma oportunidade de aprender com ele alguma coisa sobre a vida.

Nesta segunda-feita ele por 3 vezes me chamou para dizer:

- Papai, cada um tem um amor.

Disse isso sem que eu o motivasse, ou desse ensejo para falar do tema. o fato é que ele passou o dia falando da amiguinha Julinha da escola. Tudo o fazia lembrá-la. Tadinho, já desmostra que desde cedo, assim como o pai, gosta de especular sobre o amor. Mas isso me orgulha, não nego.

Pus-me a pensar. De fato, cada um tem um amor. Seja amor materno, paterno, fraterno. Um amor puro, apaixonado, correspondido ou não. Amor próprio, que seja. O amor é imprescidível. E meu rei, do alto da sua inocência, já se apercebeu disso. Que bom! Sorte dele! Isso tudo me remeteu a Clarice Lispector. Mais profundamente, ele ratifica essa conclusão do meu reizinho:

O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado, o amor é tão mais inerente quanto a própria carência, e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente. O amor já está, está sempre. Falta apenas o golpe da graça - que se chama paixão.

Clarice Lispector

Acho mesmo que todos nós temos o amor guardado no coração. Ele fica ali, quietinho, guardado para alguém com o qual será agraciado. Devotaremos esse amor a quem nos despertarmos em paixão. E isso, como diz Clarice, é uma graça. Faz todo o sentido, porque é algo tão raro...

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