30 novembro 2007

DIA NACIONAL DO SAMBA



Domingo, dia 02 de dezembro, é o Dia Nacional do Samba!! Lembrando o saudoso compositor Zé Keti: "salve o samba, queremos samba". E eu vou embarcar no trem do samba! Com certeza!!! Pra entrar no clima uma pequena coletânia de sambas que, de alguma maneira, auto-exaltam esse gênero musical genuinamente brasileiro:

CLUBE DO SAMBA
João Nogueira

Melhor é viver cantando
As coisas do coração
É por isso que eu vivo no clube do samba
Nessa gente bamba
Eu me amarro de montão
Tem gente de Madureira
De Vila Isabel
E do Méier também
O pessoal da Mangueira
Leblon, Ipanema
E da Vila Vintém
Uma morena bacana
De Copacabana
Me disse: João,
Eu passo toda semana
Com o Clube do Samba
No meu coração
A D. Ivone Lara
Me disse que a Clara
Está muito bem
E que o novo trabalho
Da Beth Carvalho
Não dá prá ninguém
Vejam vocês, Alcione
E Roberto Ribeiro
Enfrentaram uma fila
Foram comprar o ingresso
Prá assistir ao show
Do Martinho da Vila
Olha a Tia Clementina
Parece menina
Sempre a debutar
Vive cantando pagode
E saracoteando prá lá e prá cá
Chico Buarque de Hollanda
Tá tirando onda
Não quer trabalhar
Vive batendo uma bola
E tocando viola
De papo pro ar
Mas sabe viver !



"Eu canto samba
Por que só assim eu me sinto contente
Eu vou ao samba
Porque longe dele eu não posso viver
Com ele eu tenho de fato uma velha intimidade
Se fico sozinho ele vem me socorrer
Há muito tempo eu escuto esse papo furado
Dizendo que o samba acabou
Só se foi quando o dia clareou"
Eu canto Samba - Paulinho da Viola

"Tá legal
Tá legal, eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro ou de um tamborim"
Argumento - Paulinho da Viola


"E o samba se faz, prisioneiro pacato dos nossos tantãs
E um banjo liberta da garganta do povo as suas emoções
Alimentando muito mais a cabeça de um compositor
Eterno reduto de paz, nascente das várias feições do amor
Arte popular do nosso chão...
é o povo que produz o show e assina a direção
Arte popular do nosso chão...
é o povo que produz o show e assina a direção"
Coisa de Pele - Jorge Aragão e Acyr Marques


Samba, a gente não perde o prazer de cantar
E fazem de tudo pra silenciar
A batucada dos nossos tantãs
No seu ecoar, o samba se refez
Seu canto se faz reluzir
Podemos sorrir outra vez
Samba, eterno delírio do compositor
Que nasce da alma, sem pele, sem cor
Com simplicidade, não sendo vulgar
Fazendo da nossa alegria, seu habitat natural
O samba floresce do fundo do nosso quintal
Este samba é pra você
Que vive a falar, a criticar
Querendo esnobar, querendo acabar
Com a nossa cultura popular
É bonito de se ver
O samba correr, pro lado de lá
Fronteira não há, pra nos impedir
Você não samba mas tem que aplaudir
A Batucada dos Nossos Tantãs - Sereno, Adilson Gavião, Robson Guimarães
(Fundo de Quintal)

'O samba ainda vai nascer,
O samba ainda não chegou
O samba não vai morrer,
veja o dia ainda não raiou
O samba é o pai do prazer,
o samba é o filho da dor
O grande poder transformador"
Desde que o samba é samba - Caetano Veloso


"Samba da minha terra deixa a gente mole
quando se canta todo mundo bole, quando se canta todo mundo bole
Quem não gosta de samba bom sujeito não é
É ruim da cabeça ou doente do pé
Eu nasci com o samba no samba me criei
e do danado do samba nunca me separei"
Samba da Minha Terra - Dorival Caymmi

"Cantem todos como eu faço
Perdoem os fracassos, a vida é tão curta
Enquanto se luta, se samba também
Noite fria, enluarada, fim de madrugada
Feliz, vou cantando, cantando a alegria
Que o samba contém"

Viver - Teresa Cristina


"Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã"
Chico Buarque


"Eu sou o samba
A voz do morro sou eu mesmo sim senhor
Quero mostrar ao mundo que tenho valor
Eu sou o rei do terreiro
Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem levo a alegria
Para milhões de corações brasileiros
Salve o samba, queremos samba
Quem está pedindo é a voz do povo de um país
Salve o samba, queremos samba
Essa melodia de um Brasil feliz"
A Voz do Morro - Zé Keti

"Lá, em Vila Isabel,
Quem é bacharel
Não tem medo de bamba.
São Paulo dá café,
Minas dá leite,
E a Vila Isabel dá samba."
Feitiço da Vila - Noel Rosa

"Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais"
Vai Passar - Chico Buarque


"Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você me assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade por favor não de na vista
Bate palma com vontade, faz de conta que é turista

Hoje o samba saiu, lá lalaiá, procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer"
Quem te viu, quem te vê - Chico Buarque

"Não, ninguem faz samba só porque prefere
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação
Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspiração
Não, ela é uma luz que chega de repente
Com a rapidez de uma estrela cadente
Que acende a mente e o coração
É faz pensar que existe uma força maior que nos guia
Que está no ar
Bem no meio da noite ou no claro do dia
Chega a nos angustiar
E o poeta se deixa levar por essa magia
E o verso vem vindo e vem vindo uma melodia
E o povo começa a cantar, lá laia laiá
Lá lá laía laiá"
Poder da criação - João Nogueira

29 novembro 2007

Pirlimpimpim!!!!





Eis uma mostra que nos ajuda a compreender um pouco aquela mania que os pais mais antigos tinham de achar que o melhor para os filhos é aquilo que eles aprenderam, fizeram e viveram. Aquilo que a eles foi oferecido. A forma com que eles foram educados. Isso, naturalmente, vem ocorrendo de geração em geração, porém, perdendo força para uma pseudo-liberdade. Hoje, o que mais se valoriza é a dita criação moderna, de diálogo franco e direto com os filhos. Onde se prima pela confiança nos filhos. Escuto muito por aí: "Ah, eu confio no meu filho (a), porque converso sobre tudo. Ele sabe muito bem o que é certo e o que é errado. Agora, é com ele. Se fizer besteira na vida, não foi por falta de aviso". Será?


Será que hoje, nós, adultos formados, sabemos tudo que é certo e errado. Sabemos fazer a escolha certa diante de cada situação que surge, cada atalho supostamente mais vantajoso, cada atitude teoricamente mais justa? Eu, humildemente, digo que não. Eu tento, mas várias vezes, peço socorro a alguém mais vivido, mais experiente. Ou mesmo, aconselho-me com alguém de confiança que possa, a partir de uma outra visão, ajudar-me.


Por isso que não aceito, em hipótese alguma, que os pais coloquem sobre os filhos a responsabilidade de não errar, simplesmente pelo fato de acharem que seu papel hoje em dia não é mais de orientar e FISCALIZAR os passos dos filhos. É apenas e tão somente se dignar a dizer: sexo é assim, drogas é assado, é violência é isso que se vê na televisão. Pronto. Filho ciente, já é mais do que suficiente. Ora, pra mim não. Criar filho dá trabalho, e até o fim dos nossos dias. Filho criado, trabalho dobrado, diz o antigo dito popular. Eu concordo. Comigo é na franqueza e no diálogo sim, mas até o limite que achar conveniente. Como digo pro meu REI: é na disciplina!! E o "não" determinadas vezes é muito, mas muito mais benéfico do que o complacente "sim".


Mas o que tem a ver o Sítio do Pica-pau Amarelo com isso? Explico. É que hoje eu sou pai, mas vendo esse vídeo, inevitavelmente me torno criança de novo. Sou arrebatado pela saudade e ao mesmo tempo pela certeza de que eu era feliz e não sabia. De quebra, na qualidade de pai, após me emocionar com essa linda lembrança, não há nada que me convença de que - por exemplo - o mundo encantado de Monteiro Lobato, que vislumbrei por meio da linguagem televisiva, é anos-luz mais saudável que qualquer politicamente correto programa da tal Discovery Kids, por exemplo. É fato. Sou pai, mais velho, e acho sim que muito do que eu tive acesso, do que vive, aprendi e, sobretudo, do que a mim limitaram, é igualmente cabível na educação do meu filho, dos meus netos, bisnetos...Bem, sei lá, ponho-me em dúvida: seria eu um retrógado?


Para amenizar, a letra da música-tema desse maravilhoso programa, composto pelo nosso ministro da cultura. E como tudo, ou quase tudo pra mim, termina em samba. Vale a pena relembrar o belíssimo samba da Mangueira de 1967, que homenagea Monteiro Lobato. Na minha humilde opnião um dos 10 mais belos sambas de enredo da história do carnaval. Pena não poder trazer o áudio a esse espaço - ainda não aprendi a fazê-lo.
Salve o mundo encantado de Monteiro Lobato!

Sítio do Pica-Pau Amarelo
Gilberto Gil


Marmelada de banana, bananada de goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo

Boneca de pano é gente, sabugo de milho é gente
O sol nascente é tão belo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo

Rios de prata, pirata
Vôo sideral na mata, universo paralelo
Sítio do Pica-Pau amarelo
Sítio do Pica-Pau amarelo

No país da fantasia, num estado de euforia
Cidade polichinelo
Sítio do Pica-Pau amarelo


O mundo encantado de Monteiro Lobato
Darci da Mangueira, Luiz e Batista

Quando uma luz divinal
Iluminava a imaginação
De um escritor genial
Tudo era maravilha
Tudo era sedução
Quanta alegria
E fascinação

Relembro....
Aquele mundo encantado
Fascinado de dourado
Oh! Doce ilusão
Sublime relicário de criança
Que ainda guardo como herança
No meu coração

Glória a este grande sonhador
Que o mundo inteiro deslumbrou
Com suas obras imortais
Vejam quanta riqueza exuberante
Na escritura emocionante

Com seus contos triunfais
Os seus personagens fascinantes
Nas histórias tão vibrantes
Da literatura infantil
Enriquecem o cenário do Brasil

E assim....
E assim
Neste cenário de real valor
Eis... o mundo encantado
Que Monteiro Lobato criou

27 novembro 2007

Quem anda muito na linha...

O trem pega! Olha, eu me considero um sujeito comedido, sensato e equilibrado. Mas sempre mencionei esse dito popular que diz: quem anda muito na linha, o trem pega. Acho mesmo que aquela obsessão em fazer tudo estritamente como manda o figurino não faz muito bem a alma não. Opnião minha! O segrego é euquilibrar esse ditado com outro também interessante: é fazendo merda que se aduba a vida!


O vídeo abaixo me deu mais certeza de que, além de não fazer tão bem assim para a alma andar muito na linha, o mesmo pode se dizer para a saúde. Ai dessas pessoas se não saíssem da linha rapidinho!



26 novembro 2007

LENDAS ANIMADAS



Estava navegando pela net a procura de Popeye, Olivia Palito e Brutos quando encontrei uma matéria curiosa, que achei interessante postar aqui. Bem, antes porém cabe uma ressalva. Não, eu não fumei nada. Apenas estou procurando essa turma porque meu rei, sempre ele, resolveu pedir ao Papai Noel, de presente de natal, os bonecos do Popeye, Olívia e Brutos. Tão simples não é? Vai achar! Esse cara tá me saíndo muito diferente, gostos exóticos, meio do contra. Faz-me lembrar até alguém que conheço.

Enfim, estou tentando, mas acho difícil encontrar. Se alguém ver um boneco desse marinheiro comedor de espinafre me avise por favor! Serei eternamente grato! Fará, de uma vez só, um pai e um criança feliz!

Mas, voltando a matéria, aportei num site dedicado à histórias em quadrinhos e afins. E a matéria que li tratava de lendas e teorias que envolvem alguns personagens famosos do mundo imaginário da animação. Certamente todo mundo já recebeu um e-mail dizendo difamando e caluniando nossos ídolos de infância. Como assim o Batman é gay e o Salsicha é maconheiro? Quanta imaginação! Bem, confesso que depois de ter notícia dessa difamação a respeito do Batman e Robin, nunca mais os olhei da mesma forma. E cá entre nós, o Batman daquele seriado antigo (foto acima) é estranho. Mas Salsicha maconheiro não! Aí já é demais! De qualquer forma, vou transcrever parte da matéria. Cada um que tire suas conclusões! Achei, inclusive, engraçado, algumas teorias.

Smurfs, Gargamel, LSD e Cogumelos

A lenda - os paranóicos de plantão garantem que o desenho dos Smurfs é sobre drogas. Gargamel seria um viciado em LSD e chá de cogumelo (os Smurfs moram em cogumelos) que, em seus delírios, vê homenzinhos azuis com roupas brancas (e, dizem os boateiros via e-mail, "com tendências claramente homossexuais").

O maior exemplo de seu delírio é que ele mesmo "conseguiu criar um Smurf" (a Smurfete), mas, em vez de criar outros e usá-los para seus fins, prefere mandar a criatura embora para descobrir onde estão aqueles que nunca consegue capturar... aliás, continua o e-mail, "pra que ele queria pegar os smurfs?". Por fim, Gargamel é ainda sádico, pois adora abusar fisicamente e psicologicamente de seu gato, Cruel.

A verdade - os Smurfs foram criados por Pierre Culliford (1928-1992), o "Peyo", em 1958, na Bélgica, e apareceram pela primeira vez como personagens secundários em uma das histórias de "Johan's and Peewit's adventures". Trata-se de uma espécie de duende azul, que vive em harmonia com a natureza. O desenho é em cima desta fábula e, vale lembrar, não era só Gargamel que via os bichinhos, portanto esqueça a história do LSD. Além do mais, se Gargamel fosse viciado em chá de cogumelos ele estaria atrás das casas dos Smurfs e não deles, certo?

Quanto ao fato de ele ter criado Smurfete e a soltado, em vez de iniciar sua própria linha de produção de Smurfs, a resposta estava no próprio desenho. Gargamel quer os Smurfs para usar em uma fórmula mágica poderosa, só que Smurfete é uma Smurf artificial, criada por alquimia, por isso não funcionaria na fórmula. Assim, ele a usa como isca para pegar Smurfs naturais. Outro ponto: claras tendências homossexuais? Talvez esta afirmação tenha sido feita porque antes do aparecimento de Smurfete, já que na aldeia só havia Smurfs do sexo masculino ou porque há um Smurf que adora se olhar no espelho e se produzir (Harmonia) e porque na dublagem brasileira o Gênio era bem afetado. No entanto, vale lembrar que todos tentaram conquistar a Smurfete quando ela chegou na aldeia... E, ainda assim, se os Smurfs fossem gays, qual seria o problema? Que povo mais preconceituoso, sô!

Agora, que o Gargamel adora torturar o Cruel isso lá é verdade... e é também uma coisa muito comum em desenhos animados. Vários desenhos têm um personagem que bate no outro. Ou não?

Salsicha, o maconheiro

A lenda - segundo os boateiros, Salsicha é o típico maconheiro. "É só ver as roupas dele, o cabelo, o cavanhaque, o fato de ele conversar com cachorros". Depois que fuma, Salsicha tem alucinações com fantasmas, mania de perseguição, paranóia. Além disso, sofre de fome crônica e "tá sempre batendo uma larica". Isso sem falar naquele furgão psicodélico em que eles se trancavam pra fumar um.

A verdade - essa é muito engraçada! Primeiro, alguém pode explicar por que camiseta e calça boca de sino seria uniforme de usuário de maconha? Para não mencionar que os quatro integrantes humanos do desenho - Fred, Daphne, Welma e Salsicha - se vestiam (e cortavam o cabelo) de acordo com a moda para jovens da época em que o desenho foi criado.

Quanto a falar com cachorros - e é um desenho, pelo amor de Deus! - todos falam com ele nas aventuras de Scooby Doo. E todos viam os fantasmas que, no fim, nunca eram fantasmas.

Olívia bulímica e Popeye, um viciado a serviço da Marinha

A lenda - ninguém escapa da teoria da conspiração: "Olívia claramente usa moderadores de apetite e anfetaminas. Ninguém é tão magro e desesperado assim. Ela deve até ser anorexica-bulímica. Por sinal, o quê o Popeye e o Brutus viram nela? Eles quase entraram na lista por tentarem alguma coisa com 'aquilo'..." Popeye, segundo teoria publicada inclusive em um site brasileiro que diz analisar a influência dos desenhos e filmes sobre as pessoas, foi criado para convencer os americanos a se alistarem na marinha, já que naquele país o serviço militar não é obrigatório. E é claramente viciado em espinafre, pois tem sindromes de abstinência nas quais fica fraco e que só são resolvidas depois de uma lata da planta. Aliás, seria mesmo espinafre?

A verdade - Olívia é desesperada assim como todo personagem de desenho ou de quadrinho tem uma característica marcante, caricatural - se inclui aí sua magreza exagerada. Na tira original que deu origem a Popeye, Timble Theather, havia uma série de personagens tão magros quanto ela, baixinhos, gordões... Aliás, se é para questionar o que Popeye viu em Olívia, por que não lembrar que o próprio marinheiro é um "sex simbol"? Careca, caolho, baixinho, boca torta, fumando um cachimbo mal-cheiroso.

Quanto ao suposto incentivo a entrar para as forças militares, ora, Popeye é marinheiro e não da Marinha Americana. E, diga-se de passagem, já foi até pirata em algumas HQs. Ridículo! No entanto, Popeye foi usado sim pelo "sistema": para vender espinafre! A idéia de mostrá-lo ficando forte ao comer espinafre tinha como propósito revigorar as vendas desta hortaliça nos EUA. Saiba sobre esta história (essa sim, verdadeira) lendo mais sobre a origem do personagem acessando ao link http://hq.cosmo.com.br/TEXTOS/quadrindex/qpopeye.shtm.

Batgays

A lenda - essa é uma das mais clássicas lendas sobre quadrinhos/desenho animado. Batman e Robin são gays. Claro, afinal Batman nunca teve uma namorada, se veste de couro colante e sai por aí batendo nos bandidos (descarregando energia sexual e negando sua própria atração por homens...) Para não mencionar que Robin se veste todo colorido (com cueca para fora, ambos) e depois das aventuras os dois vão descansar numa suntuosa mansão, cheia de vasos, quadros e flores.

A verdade - a origem desta história não está em uma lenda, mas em um livro. Em 1954, Frederick Wertham publicou nos EUA "A Sedução dos Inocentes", no qual afirmava que os quadrinhos incentivavam crimes e degeneração. Entre outras coisas, o suposto psicólogo afirmava que a dupla dinâmica era gay, que a mulher maravilha era lésbica e até que as orelhas do coelho Pernalonga eram dois pênis e sua cabeça uma sacola escrotal (o indivíduo teve a moral de assistir desenhos em slow motion para contar quantas vezes as orelhas do coelho se levantavam, o que para ele eram ereções). Por causa do livro foi criado o código de censura dos quadrinhos e milhares de gibis foram queimados em praça pública (leia mais sobre esta história nas teses&HqIPÓTESES da "Educação está no gibi"). O autor do livro se desculpou, anos mais tarde, e admitiu ter "exagerado".

Só para constar, Batman - bem como os três garotos que vestiram a roupa de Robin, que é colorida porque era na verdade o uniforme dos trapezistas Graysons voadores, pais do primeiro Robin (Dick Grayson) - teve diversas namoradas nas HQs, entre as quais a vilã Mulher Gato e Talia, filha de um de seus grandes inimigos.

Caverna do Dragão: Mortos no Purgatório

A lenda - esta também é clássica: como o desenho acabou de uma hora para outra (por falta de dinheiro) e o último episódio nunca foi ao ar, inventaram que no último desenho se descobria que os garotos da Caverna do Dragão estavam mortos e o mundo no qual estavam era o purgatório (ou uma parte do Inferno). Os meninos teriam morrido em um acidente no brinquedo do parque de diversões que no desenho os levou aquele mundo e o Mestre dos Magos seria na verdade o diabo, tentando conseguir as almas dos garotos. Uni seria um demônio - já que a pequena unicórnio várias vezes impedia os garotos de irem embora, pois eles não queriam deixá-la à mercê dos perigos daquele mundo. O dragão Tiamate seria Deus, pois o dragão tinha sete cabeças (Deus criou o mundo em sete dias) e estaria na verdade tentando salvar as almas dos garotos. Por fim, o Vingador seria a alma de outro morto que, em busca de redenção, tentava combater o diabo e tirar as armas profanas dos garotos, não podendo revelar quem era porque o diabo impedia.

A verdade - haja imaginação!!! Pior que esta história foi tão espalhada que até mesmo os autores do desenho tiveram de desmentí-la. Os garotos não etão mortos, o Mestre dos Magos é... o Mestre dos Magos. Vingador era o filho do Mestre dos Magos, que havia sido amaldiçoado e Tiamate (que na verdade é uma dragão fêmea!!!) é uma deusa dragão da mitologia celta/inglesa, muito citada em games de RPG (que inspiraram o desenho). Se você ainda tem dúvidas, por favor leia o argumento do último desenho (aquele que nunca foi ao ar) e saiba mais sobre a origem do desenho nesse link http://hq.cosmo.com.br/TEXTOS/mundoanimado/d0004_cavernafim.htm.







22 novembro 2007

Palestra Maneira!

Simplesmente sensacional!! Confesso que eu sigo muito dos conselhos dele nesse tipo de palestra!

16 novembro 2007

Saudade atrapalhada

Mais uma vez me atrapalhei e a saudade da semana não se faz no dia eleite, quinta-feira. Mas, ainda assim, aqui está ela, especialíssima.

Hoje em dia o que mais escuto é que o Didi (Renato Aragão) é sem graça. Ele pode estar sem-graça hoje, hei de reconhecer. Mas nos tempos dos "Trapalhões" não. Discordo totalmente. Porque dei muitas, mas muitas risadas com as trapalhadas do Didi. Existe inclusive uma saudável discurssão entre aqueles que até hoje são fãs saudosos, a fim de eleger quem era o melhor: Didi, Mussum ou Zacarias. Hoje, adulto, reconheço melhor os talentos de Mussum e Zacarias. De fato, geniais. Há um vídeo de 8 segundos do Zacarias no youtube que é mais que o bastante para comprovar a sua genialidade. Porém, meu ídolo infantl era o Didi. Sempre foi! Trata-se, ao meu ver, de uma questão de gosto pessoal, porque os três tem estilos completamente diferentes e por isso mesmo, compatíveis. Eles, os trapalhões, completavam-se. E deixou uma lacuna na televisão brasileira difícil de ser preenchida. Quanta Saudade!!!


Segue abaixo um quadro sensacional do "bom" Didi e do fabuloso Zacarias. Um deleite! Aproveitei também para postar o tal vídeo do Zaca que fiz menção acima, no qual ele ratifica seu talento em meros 8 seguntos.



14 novembro 2007

Eu sou da Vila e não tem jeito...





Feitiço da Vila
Noel Rosa / Vadico


Quem nasce lá na Vila
Nem sequer vacila
Ao abraçar o samba
Que faz dançar os galhos,
Do arvoredo e faz a lua,
Nascer mais cedo.

Lá, em Vila Isabel,
Quem é bacharel
Não tem medo de bamba.
São Paulo dá café,
Minas dá leite,
E a Vila Isabel dá samba..

A vila tem um feitiço sem farofa
Sem vela e sem vintém
Que nos faz bem
Tendo nome de princesa
Transformou o samba
Num feitiço descente
Que prende a gente.

O sol da Vila é triste
Samba não assiste
Porque a gente implora:
"Sol, pelo amor de Deus,
não vem agora
que as morenas
vão logo embora.

Eu sei tudo o que faço
sei por onde passo
paixao nao me aniquila
Mas, tenho que dizer,
modéstia à parte,
meus senhores,
Eu sou da Vila!

Sou da Vila já há quase 25 anos. Anos esses muito bem vividos nesse bairro simpático, acolhedor, boêmio e, por que não falar, amoroso. Onde as pessoas se conhecem, mesmo que de vista, pois pelo menos algumas vezes já se cruzaram nas calçadas musicais do Boulevard 28 de setembro. Vila, de Noel, de Martinho, dos inúmeros barzinhos. Vila que não quer abafar ninguém, só quer mostrar que faz samba também. E que samba!

Falando nisso, chegou às telas dos cinemas o filme "Noel, o poeta da Vila". Já tentei ver no último fim de semana, mas não consegui chegar a sessão a tempo. Aliás, queria registrar meu protesto! Como pode, o bairro de Noel, que tem cinema, não se dignar a passar a película? As salas que estão disponibilizando o filme são poucas, o que é lamentável. Noel perder espaço para essa enxurrada de produções americanas que, vamos combinar, nem sempre são tão qualificadas assim. Mas, enfim.

Não sei se o filme é uma produção à altura do artista. Parece-me que sim. Mas, de qualquer forma, vale a pena, e muito, conferir. A história dele é triste, porém bonita. Espero assistir nesse fim de semana, sem falta.

08 novembro 2007

A pimentinha

É de senso comum que podemos ter saudade daquilo que não vivemos, seja no passado, ou mesmo no futuro. Eu posso dizer que sim. Já experimentei as duas situações. Saudades daquilo que vive, presenciei, passei e saudades daquilo que muito queria viver, presenciar. Esta, por sinal, mais incomum. Como podemos sentir saudades daquilo que sequer aconteceu!? Acho eu que é possível, ressalvada, claro, a licença poética da coisa. E dei conta disso justamente ao ler um poema, que se faz entender:

Daquilo que não vivi
Nunca me esquecerei
do que não houve entre nós.
Da tua ausência
enchendo de espera
tomando de desespero
os restos do nada.
Jamais apagarei da memória
o que não aconteceu,
o que eu tanto queria,
o que desejei com força
e o destino cuidou de evitar.
A lembrança ainda é úmida,
a saudade beija a razão.
É recente a brasa,
ardente e perene,
dos sonhos em vão
de todo um momento
que não passou.
Bem, disse isso, porque a saudade que trago hoje aqui é digna de sentirmos tanto em relação ao passado quanto ao presente, mesmo que ambos não vividos. Saudade de uma estrela brasileira que foi e sempre será fascinante. A inigualável Elis Regina. Infelismente eu era apenas um menino quando ela se foi. Sabia quem era Elis, mas não o que era a Elis. Isso eu descobri bem mais tarde fuçando os LP's lá de casa, e assistindo alguns vídeos na televisão. Realmente fascinante. Que intérprete maravilhosa! Que mulher de fibra! A saudade que eu não vive no passado é óbvia! Agora eu pergunto: imagina o quanto ela iria nos fascinar se ainda tivesse entre nós? Só de imaginar, dá uma tremenda saudade!

A obra da Elis é vastíssima. Na internet existem ínúmeros vídeos, o que prova a sua imortalidade. Portanto, ficou muito difícil escolher apenas um. Mas resolvi postar um, ao meu ver, especial e emocionante. Elis cantando Atrás da Porta, de Chico Buaque. Chico, nesta triste canção, nos brinda com aquilo que ele faz como ninguém, traduzir em letra e canção o mais íntimo sentimento feminino. Sabe aquela cena clichê de novela e filmes, que retrata o fim de um relacionamento, onde o homem abre a porta e se vai, no intuito de nunca mais voltar, e a mulher, faz-se de durona até a porta bater, para depois jogar suas costas à porta em prantos? Então, o que sente a mulher naquele momento de abandono? É o que reflete a música, perfeita nesse propósito. E quando temos Elis Regina interpretando com todo sentimento que lhe caiba, aí é de aplaudir de pé 30 minutos sem parar! Vale conferir!





Atrás da Porta

Chico Buarque e Francis Hime

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
Nos teus pelos, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua

07 novembro 2007

Eu sou o samba!


A notícia é antiga mas o registro é super pertinente aqui, uma vez que sou um incondicional e emocional amante do samba. Ás vezes, algumas pessoas investidos na posição de autoridade competente têm momentos de lucidez e senso de justiça. Esse reconhecimento foi um exemplo disso. Que bom né? Nem tudo tá perdido! Segue a notícia colhida à época do site http://www.cultura.gov.br/.

Samba do Rio é Patrimônio Cultural do Brasil

O mais recente Patrimônio Cultural do Brasil está no pé do sambista, na mão do pandeirista, no som do cavaco, em cima dos morros, na Marquês de Sapucaí. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou oficialmente nesta terça-feira as matrizes do samba do Rio de Janeiro - samba de terreiro, partido-alto e samba-enredo - no Livro de Registro das Formas de Expressão.

O pedido de registro foi feito pelo Centro Cultural Cartola, com apoio da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Nilcemar Nogueira, presidente do Centro e neta do compositor Agenor Ferreira, o Cartola, fez o pedido, pois temia o enfraquecimento das matrizes do samba do Rio. "Meu avô foi um dos pioneiros da popularização dessa forma de samba, no final da década de 20. Quero proteger seu legado cultural", alega.

A pesquisa que levou ao registro, feita pelo Centro Cultural Cartola com orientação do Iphan, reúne um conjunto de referências históricas: monografias, teses, livros, vídeos, reportagens, discografia da época e o testemunho de sambistas da velha guarda, como Monarco, Xangô da Mangueira, Nelson Sargento. Desde as reuniões em casa de Tia Ciata, no início do século 20, a pesquisa identifica o samba nos blocos, nos morros, nas ruas e quintais. O estudo mapeou as seis escolas de samba mais antigas do Rio: Mangueira, Portela, Salgueiro, Vila Isabel, Império Serrano, Estácio de Sá.

A partir do material pesquisado, o Iphan produziu um vídeo-documentário e um dossiê de pesquisa. Ambos estão disponíveis no site www.iphan.gov.br.

Matrizes do samba

O samba de terreiro faz referência aos espaços de encontro e celebração dos sambistas, que ali dançam um samba livre com as marcas de sua ancestralidade. Nos terreiros, pátios das escolas de samba, cantam as experiências da vida, o amor, as lutas, as festas, a natureza e a exaltação das escolas e da própria música.

Já o partido-alto é marcado pelos versos de improviso. Nasceu das rodas de batucada, onde o grupo marca o compasso, batendo com a palma da mão e repetindo o refrão e inventando estrofes segundo um tema proposto. É o refrão que serve de estímulo para que um participante vá ao centro da roda sambar e com um gesto ou ginga de corpo convide outro componente da roda.

Com a criação das primeiras escolas de samba, no final da década de 1920, o samba se adaptou às necessidades do desfile. Criou-se uma nova estética e uma nova modalidade: o samba-enredo. O compositor elabora seus versos com base no tema (enredo) a ser apresentado pela escola, descrevendo uma história, de maneira melódica e poética. De sua animação e cadência depende todo o conjunto da agremiação, tanto em termos de evolução como de envolvimento harmônico.

O Samba do Rio de Janeiro contribui para a integração social das camadas mais pobres. Tornou-se um meio de expressão dos anseios pessoais e sociais, um elemento fundamental da identidade nacional e uma ferramenta de coesão, ajudando a derrubar barreiras e eliminar preconceitos. Incentivar a prática do Samba é também uma maneira de minimizar as diferenças sociais.

"Eu sou o Rei da Boemia
Carioca, sou da Lapa, Patrimônio cultural
E me banhei de alegria, tiro onda, dou meu jeito
Minha Vida é um carnaval"

Acadêmicos do Salgueiro - Carnaval 2008