07 novembro 2007

Eu sou o samba!


A notícia é antiga mas o registro é super pertinente aqui, uma vez que sou um incondicional e emocional amante do samba. Ás vezes, algumas pessoas investidos na posição de autoridade competente têm momentos de lucidez e senso de justiça. Esse reconhecimento foi um exemplo disso. Que bom né? Nem tudo tá perdido! Segue a notícia colhida à época do site http://www.cultura.gov.br/.

Samba do Rio é Patrimônio Cultural do Brasil

O mais recente Patrimônio Cultural do Brasil está no pé do sambista, na mão do pandeirista, no som do cavaco, em cima dos morros, na Marquês de Sapucaí. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou oficialmente nesta terça-feira as matrizes do samba do Rio de Janeiro - samba de terreiro, partido-alto e samba-enredo - no Livro de Registro das Formas de Expressão.

O pedido de registro foi feito pelo Centro Cultural Cartola, com apoio da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Nilcemar Nogueira, presidente do Centro e neta do compositor Agenor Ferreira, o Cartola, fez o pedido, pois temia o enfraquecimento das matrizes do samba do Rio. "Meu avô foi um dos pioneiros da popularização dessa forma de samba, no final da década de 20. Quero proteger seu legado cultural", alega.

A pesquisa que levou ao registro, feita pelo Centro Cultural Cartola com orientação do Iphan, reúne um conjunto de referências históricas: monografias, teses, livros, vídeos, reportagens, discografia da época e o testemunho de sambistas da velha guarda, como Monarco, Xangô da Mangueira, Nelson Sargento. Desde as reuniões em casa de Tia Ciata, no início do século 20, a pesquisa identifica o samba nos blocos, nos morros, nas ruas e quintais. O estudo mapeou as seis escolas de samba mais antigas do Rio: Mangueira, Portela, Salgueiro, Vila Isabel, Império Serrano, Estácio de Sá.

A partir do material pesquisado, o Iphan produziu um vídeo-documentário e um dossiê de pesquisa. Ambos estão disponíveis no site www.iphan.gov.br.

Matrizes do samba

O samba de terreiro faz referência aos espaços de encontro e celebração dos sambistas, que ali dançam um samba livre com as marcas de sua ancestralidade. Nos terreiros, pátios das escolas de samba, cantam as experiências da vida, o amor, as lutas, as festas, a natureza e a exaltação das escolas e da própria música.

Já o partido-alto é marcado pelos versos de improviso. Nasceu das rodas de batucada, onde o grupo marca o compasso, batendo com a palma da mão e repetindo o refrão e inventando estrofes segundo um tema proposto. É o refrão que serve de estímulo para que um participante vá ao centro da roda sambar e com um gesto ou ginga de corpo convide outro componente da roda.

Com a criação das primeiras escolas de samba, no final da década de 1920, o samba se adaptou às necessidades do desfile. Criou-se uma nova estética e uma nova modalidade: o samba-enredo. O compositor elabora seus versos com base no tema (enredo) a ser apresentado pela escola, descrevendo uma história, de maneira melódica e poética. De sua animação e cadência depende todo o conjunto da agremiação, tanto em termos de evolução como de envolvimento harmônico.

O Samba do Rio de Janeiro contribui para a integração social das camadas mais pobres. Tornou-se um meio de expressão dos anseios pessoais e sociais, um elemento fundamental da identidade nacional e uma ferramenta de coesão, ajudando a derrubar barreiras e eliminar preconceitos. Incentivar a prática do Samba é também uma maneira de minimizar as diferenças sociais.

"Eu sou o Rei da Boemia
Carioca, sou da Lapa, Patrimônio cultural
E me banhei de alegria, tiro onda, dou meu jeito
Minha Vida é um carnaval"

Acadêmicos do Salgueiro - Carnaval 2008

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